Exportações na metalurgia vivem em Maio o segundo melhor mês de sempre

As vendas para os países da União Europeia são os principais motores de um crescimento que está a superar as melhores expectativas.

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Nelson Garrido

Se o ano de 2017 já tinha sido o melhor de sempre - e se as expectativas para 2018 do sector metalúrgico e metalomecânico eram positivas -, a realidade está a devolver resultados ainda melhor do que o esperado. De acordo com os dados fornecidos pela AIMMAP- Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, só no passado mês de Maio, o valor das exportações atingiu 1692 milhões de euros. Este valor significa um crescimento de 14,9% face ao mês homólogo do ano anterior, e traduz-se no segundo melhor mês de sempre das exportações do sector (ficou a apenas quatro milhões de atingir o recorde assinalado em Novembro de 2017).

Se a contabilidade implicar os primeiros cinco meses de 2018, o crescimento das exportações até Maio foi de 16,9% face a período homólogo, e todos os meses entraram directamente na lista dos dez melhores de sempre. “Estamos a verificar um crescimento acima do esperado das exportações do sector metalúrgico e que superam mesmo as outras indústrias em Portugal. Isto só é possível porque a marca Metal Portugal é hoje um selo de garantia de inovação e qualidade. As empresas começam a colher resultados da reputação e notoriedade que vão ganhando nos mercados externos”, referiu Rafael Campos Pereira, vice-presidente da AIMMAP, numa nota enviada ao PÚBLICO.

De acordo com os dados divulgados pela associação, o mês de Maio foi o vigésimo primeiro mês consecutivo em que as exportações do sector suplantaram os mil milhões de euros - e o décimo terceiro mês seguido de crescimento face ao mês homólogo do ano anterior.

A tendência ascendente das exportações tem sido alavancada sobretudo pelas vendas para os restantes países da União Europeia - onde no total destes cinco meses se verificou um crescimento de 23,9% face ao ano anterior, de 6741 para 7883 milhões de euros.

O principal país de destino das exportações nacionais continua a ser a França (para onde foram exportados cerca de 1224 milhões de euros), que teve um crescimento homólogo de 20,8%. Seguem-se a Alemanha e Espanha, com crescimentos de 16,1% e 14,5%, respectivamente. Quanto ao Reino Unido, mantêm-se ainda boas notícias “apesar da possibilidade do Brexit”, refere a AIMMAP, verificando-se que o crescimento homólogo das vendas para esse mercado nos primeiros cinco meses do ano foi de 4,1%.

Fora da União Europeia a evolução dos números desenha uma quebra face ao período homólogo (-6,8%), com Angola e Brasil a aparecerem como mercados que tardam em recuperar.

Quanto ao mercado dos Estados Unidos, a indefinição e instabilidade das políticas comerciais e os sucessivos anúncios relativos ao agravamento de taxas também provocou algum impacto, apesar de as taxas estarem a ser aplicadas apenas a matérias-primas e não a produtos acabados. Depois de um crescimento fulgurante em 2017, as exportações para os Estados Unidos arrefeceram em 2018, muito por causa da “indefinição” da administração Trump, que teve como consequência uma retracção na importação de produtos europeus.

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