Passou grande parte da etapa atrás, teve um problema mecânico e trocou de rodas duas vezes, mas no final conquistou a 17.ª tirada da Volta a França. Nairo Quintana percorreu os 65 quilómetros entre Bagnères-de-Luchon e Saint-Lary-Soulan em 2h21m27s para chegar à sua segunda vitória numa etapa da Volta cinco anos depois da primeira.

A meio da contagem de montanha de categoria especial de 16 quilómetros, o especialista Quintana atacou a frente e de lá não sai até cortar a meta. Em relação aos homens que ocupam o topo da classificação geral, também houve mudanças, pois Froome (Team Sky) não resistiu ao ritmo forte dos quilómetros finais e caiu para o terceiro lugar depois de ser ultrapassado por Tom Dumoulin (Sunweb).

Se a organização da Volta queria que a partilha em grelha desse mais espectáculo, então as suas expectativas foram defraudadas. A maioria dos ciclistas da frente não atacou, deixando-se ultrapassar. Ou seja, aquilo que era uma novidade na prova foi mais do mesmo.

Tanel Kangert (Team Astana) foi o primeiro a atacar a frente e ao segundo quilómetro de corrida, na ascensão a Montée de Peyragudes, já estava na liderança. Três quilómetros depois nesta primeira contagem de montanha de primeira categoria, Nicolas Edet (Cofidis) juntou-se ao estónio na frente. O francês não conseguiu acompanhar o esforço do seu adversário e ficou para trás.

A preocupação de Kangert passou a ser o grupo constituído por Julian Alaphilippe (Quick-Step Floors), Herrada López (Cofidis) e Kristijan Durasek (UAE Team Emirates). O ciclista da Astana foi o primeiro classificado na subida a Peyragudes, tendo atrás de si Alaphilippe, líder da classificação de montanha. Na descida, Kangert viu a sua vantagem diminuir para o grupo logo atrás de si – já sem López -, que o alcançou ao quilómetro 25, mesmo antes do sprint intermediário de Loudenvielle.

Após o sprint, em que Kangert ficou em primeiro, o grupo da frente tinha uma vantagem de mais de um minuto. Entretanto, durante o caminho até ao cume do Col de Val Louron-Azet, essa discrepância foi diminuída para 40 segundos. Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) sofreu uma queda na subida e caiu para último lugar da corrida.

O grupo de três da frente passou a ser de dois, pois Durasek ficou para trás no início da descida. A 15 quilómetros da meta, no início da subida da contagem especial de Col du Portet, Kangert fugiu a Alaphilippe, que sofreu o mesmo destino de Durasek e perdeu muito terreno. O francês acabou por sair da corrida.

A meio dos 16 quilómetros de ascensão, Kangert teve atrás de si Alejandro Valverde e Nairo Quintana (Movistar) e Rafal Majka (Bora-Hansgrohe). A menos de nove quilómetros da meta, o espanhol atrasou-se e o seu colega de equipa e o corredor da Hansgrohe apanharam Kangert, eleito o mais combativo do dia.

Depois de tanto tempo a liderar a etapa, o estónio “desapareceu” da frente, que foi conquistada por Quintana e Majka. O par tinha atrás de si Daniel Martin (UAE Team Emirates), que cada vez mais fazia para se chegar à liderança. A pouco mais de seis quilómetros do fim da corrida, Quintana decidiu atacar e passou a travar um duelo com Martin, que pacientemente foi tentando chegar-se à sua “presa”.

Depois de terem estado a mais de três minutos, Geraint Thomas, Chris Froome (Team Sky) e Tom Dumoulin lideraram um grupo que na parte final da subida estava a um minuto de Quintana, que chegou à meta com 28 segundos de avanço sobre Martin e 47 sobre Thomas.

A 18.ª etapa realiza-se esta quinta-feira num percurso 171 quilómetros em terreno plano entre Trie-sur-Baïse e Pau.