SOS Racismo denuncia mensagem xenófoba de deputado municipal

O texto em causa, sobre um grupo de cidadãos romenos, foi entretanto apagado.

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Deputado do Porto atribuiu a responsabilidade do aumento dos assaltos na zona da Boavista à presença do grupo PAULO PIMENTA

A associação SOS Racismo acusa um deputado municipal do Porto de difundir "mensagens de natureza discriminatória" através das redes sociais, tendo como alvo cidadãos romenos que estariam acampados junto à sua residência. Trata-se do deputado municipal António Santos Ribeiro (identificado no Facebook como David Ribeiro), eleito pela lista do presidente da câmara, Rui Moreira.

No seu texto, Ribeiro escreve que é necessário "encontrar rapidamente formas eficazes de proteger os cidadãos destes energúmenos", referindo-se aos romenos que estariam junto a sua casa.

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Imagens do SOS Racismo

Em causa estaria a permanência de um grupo de duas a três dezenas de pessoas, acampadas a cerca de 20 metros da casa do deputado municipal, que os responsabiliza por assaltos e depósitos de lixo na zona da Boavista.

Em comunicado, a SOS Racismo considera que “é particularmente grave que um responsável autárquico, com funções de representação do povo que o elegeu, difunda e torne públicas mensagens de natureza discriminatória, em afirmações pontuadas por preconceitos e por insultos”.

Além disso, a associação sublinha ainda que “já após a eliminação por denúncia do referido texto”, o deputado “insiste na culpabilização de quem o denuncia, revelando complacência com comentários de índole racista, sexista e violenta”.

Ao Diário de Notícias, o deputado explica ser "declaradamente contra quem recusa qualquer tipo de ajuda social e prefere continuar a viver da mendicidade, do pequeno furto e a dormir em jardins e espaços públicos", mas desconhece se existiram propostas ou medidas de apoio da autarquia. Em declarações à agência Lusa, António Santos Ribeiro assegura que o texto em nada indica que é "racista, xenófobo ou que tenha incitado ao ódio". 

Na resposta enviada à Lusa, a autarquia diz que "a questão não diz respeito à Câmara do Porto, que não tem que se pronunciar sobre afirmações pessoais ou outras de deputados que pertencem a um órgão político autónomo". Já Miguel Pereira Leite, presidente da Assembleia Municipal e primeiro na lista do movimento independente para aquele órgão, disse "desconhecer as afirmações". "Nessa circunstância, prefiro não me pronunciar", afirmou. com Lusa

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