Mais de uma dezena de desalojados após incêndio no Bairro da Torre

A causa do incêndio não é clara. Câmara diz que há 13 ou 14 pessoas desalojadas, enquanto associação de moradores refere que são 25.

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O incêndio que deflagrou na madrugada de domingo no Bairro da Torre, no concelho de Loures, provocou mais de uma dezena de desalojados, mas o número exacto não é claro: a associação de moradores do Bairro da Torre refere que 13 famílias ficaram desalojadas, num total de 25 pessoas – entre as quais cinco idosos, um bebé e seis menores. Mas uma fonte da Câmara de Loures disse ao PÚBLICO que serão quatro famílias (cerca de 13 ou 14 pessoas). 

Está agendada para esta segunda-feira uma reunião com a Câmara Municipal de Loures, a Segurança Social e o IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana) para resolver o problema dos desalojados decorrentes deste incêndio. Uma pessoa foi realojada pela Segurança Social, mas as restantes optaram por ficar em casa de familiares ou vizinhos. Na sequência do incêndio, três veículos ligeiros ficaram queimados.

O alerta para o fogo foi dado por volta da 1h da manhã e, assim que nasceu a luz do dia, alguns dos moradores andavam pelos destroços para ver se algum bem tinha sobrevivido às chamas. “Nada, nada”, disse à RTP a moradora Luísa dos Santos, de 75 anos, que só conseguiu fugir com o pijama que trazia vestido – até a medicação e os documentos se queimaram. “Quando saí não olhei para nada”, contou à TVI.

Em comunicado, a Associação de Moradores Torre Amiga refere que os bombeiros “fizeram um bom trabalho de salvaguarda das pessoas” e que não houve feridos a registar. Um morador desmaiou ao ver a sua casa a arder e uma adolescente teve um ataque de pânico. Houve ainda duas pessoas assistidas por inalação de fumo.

Uma fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Lisboa explicou ao PÚBLICO que o fogo entrou em fase de rescaldo às 2h12 – pouco mais de uma hora depois de ter deflagrado – e no local estiveram 42 operacionais, apoiados por 17 veículos.

Não é conhecida a origem do incêndio. Os bombeiros referem que o incêndio começou numa barraca habitacional e que se propagou para outras e que a existência de material inflamável junto às habitações dificultou o combate ao incêndio; alguns moradores referem que o fogo teve origem num curto-circuito. “Isto aconteceu agora e vai tornar a acontecer”, acredita o morador Mário Oliveira, devido às instalações de electricidade precárias.

O Bairro da Torre é um bairro autoproduzido, em parte de ocupação ilegal, que existe desde a década de 1970.

"A precarização do acesso à rede eléctrica e a incerteza quanto ao destino das famílias residentes depois de duas demolições e tentativas de despejos forçados levou a que todos os moradores tenham optado por fazer baixadas ilegais, apesar de anteriormente cumprirem os contratos com a EDP e, portanto, tivessem acesso legal à electricidade", refere o comunicado.

No Bairro da Torre vivem cerca de 200 pessoas, diz a associação de moradores, num total de 47 famílias "em situação de grave precariedade, com baixos níveis de escolaridade, baixos rendimentos e muito más condições de habitabilidade". Várias famílias têm sido realojadas pela câmara.

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