Ministro vai anunciar decisão sobre deslocalização do Infarmed "a curto prazo"

Adalberto Campos Fernandes considera que relacionar a deslocalização do instituto com ameaça da saúde pública mundial é um "exagero".

Oficial executivo
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O ministro da Saúde durante a audição dedicada à deslocação do Infarmed, na Comissão de Saúde LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
Almeida Garrett, Hideki Tojo, Ílhavo, Pintura
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O ministro da Saúde durante a audição dedicada à deslocação do Infarmed, na Comissão de Saúde LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
João Semedo, Eduardo Ferro Rodrigues
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No Parlamento estiveram também os secretários de Estado da Saúde, Fernando Araújo e Rosa Valente de Matos LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O ministro da Saúde disse nesta quarta-feira que o Governo terá condições para decidir sobre a mudança do Infarmed para o Porto "a curto prazo" e salientou que relacionar a deslocalização com ameaça da saúde pública mundial é "exagero", em referência às declarações da presidente do instituto no dia anterior.

"Alguns aspectos estão a ser aprofundados" na análise da eventual deslocalização do Infarmed para o Porto e "teremos condições para uma decisão a curto prazo", referiu Adalberto Campos Fernandes.

O governante está a ser ouvido na comissão parlamentar da Saúde sobre o anúncio da mudança do Infarmed para o Porto, avançada em Novembro e que tem suscitado várias críticas e a oposição dos trabalhadores, assim como da presidente da autoridade do medicamento.

A decisão terá em conta o relatório do grupo de trabalho acerca do assunto (que entregou as suas conclusões no final de Junho), a estabilidade da actividade da entidade, assim como as condições de trabalho dos funcionários, apontou.

O ministro da Saúde comprometeu-se no final de Junho a acelerar o processo de deslocalização, tendo Adalberto Campos Fernandes garantido que a mudança para o Porto deverá acontecer em Janeiro de 2019.

Questionado pelos deputados, nomeadamente Ricardo Baptista Leite (PSD), acerca das declarações da presidente do Infarmed, na terça-feira, na comissão de Saúde, Adalberto Campos Fernandes defendeu que, quando se fala da ameaça da saúde pública nacional e mundial, "estamos no domínio do exagero".

Já a presidente do Infarmed que alertou nesta terça-feira, quando era também ouvida na comissão de Saúde, que a deslocalização da instituição pode ser uma "ameaça à saúde pública" em Portugal e também no mundo.

Maria do Céu Machado considerou ainda que a mudança pode representar uma perda de credibilidade do país, e deixou duras críticas ao relatório pedido pelo Governo, que considerou superficial e opinativo, salientando não entender os benefícios da deslocalização.

No mesmo sentido crítico foi a comissão de trabalhadores do Infarmed, também ovuida na comissão, ao defender que o relatório sobre a transferência da instituição de Lisboa para o Porto é superficial, e está cheio de erros e omissões.

Os trabalhadores ficaram "perplexos" perante o relatório, disse o dirigente Rui Spínola, referindo que a solução foi fazerem uma "errata", um documento de 36 folhas que entregaram aos deputados.

Já o presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos classificou de "egocêntricas e autistas" as declarações da presidente do Infarmed sobre a deslocalização da instituição para o Porto e assegurou que tal não terá "nenhum impacto".

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