Uma CPLP de jovens

Os jovens têm de estar nos partidos, nos sindicatos, nas organizações, nas associações, nos movimentos cívicos.

Nesta terça-feira, na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, o Presidente da República disse estar certo quanto ao otimismo com que olha para a comunidade da língua portuguesa e destacou-se quando desafiou a que a CPLP se construísse “a olhar mais para os jovens, porque quem poderá dar vida à nossa comunidade, como aos nossos Estados, são eles. Não somos muitos de nós, certamente cheios de juventude de pensamento, mas mais perto do Outono ou até do Inverno do que das promessas da Primavera".

É uma frase que diz muito sobre a Primavera que a democracia nos deve oferecer e sobre o Inverno que tantos teimam em fazer pairar sobre a mudança e sobre quem vem... Coloca-nos desde logo a nós, jovens, a primeira responsabilidade: a de, mais do que a Primavera, sermos a promessa.

Não podemos ficar apenas a dizer que nos adiam a geração e que quem é mais velho precisa forçosamente de sair para nós entrarmos. Então nós, que sonhamos, queremos agora diminuir os sonhos das outras pessoas só porque são mais velhas? Claro que não! Todos temos direito a querer chegar mais longe. E ninguém tem o direito de cortar o nosso caminho.

É por isso que nos temos de afirmar como promessas. Não podemos estar só a mandar vir de fora. Temos de estar nos partidos, nos sindicatos, nas organizações, nas associações, nos movimentos cívicos... e na política! Não se trata de apenas votar! Trata-se de fazer o programa, de fazer a proposta e de a executar.

Quanto à política e ao sistema, não cortamos asas a ninguém. Mas oferecemos transporte para quem tem pés de chumbo. Para quem não sai há anos da mesma posição e se perpetua mandato após mandato após mandato. A democracia não é sobre isso. É sobre a renovação, sobre a rotatividade, sobre a oportunidade.

Oito chefes de estado marcaram presença na Cimeira da CPLP. Um falou nos jovens. Foi o nosso, e isso deve-nos orgulhar porque, nas suas palavras: “acredito na razão do óbvio, na força do evidente”.

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