Os sulfatos do champô fazem mal à pele?

Os sulfatos têm desenvolvido uma reputação negativa ao longo dos anos.

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Megan Lewis/Unsplash

Os sulfatos, nomeadamente o lauril sulfato de sódio (Sodium Lauryl Sulfate, SLS) e o lauril éter sulfato de sódio (Sodium Laureth Sulfate, SLES) são ingredientes com propriedades detergentes encontrados na grande maioria de produtos cosméticos de limpeza, tais como champôs, geles de banho e pastas de dentes. Os sulfatos têm a capacidade de remover sujidade e excesso de sebo da pele eficazmente; além disso, permitem a formação de espuma pelo que permitem a formulação de produtos com características sensoriais que os consumidores apreciam. Os sulfatos são também detergentes pouco dispendiosos, seguros e podem ser produzidos através de métodos sustentáveis.

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Os sulfatos, nomeadamente o lauril sulfato de sódio (Sodium Lauryl Sulfate, SLS) e o lauril éter sulfato de sódio (Sodium Laureth Sulfate, SLES) são ingredientes com propriedades detergentes encontrados na grande maioria de produtos cosméticos de limpeza, tais como champôs, geles de banho e pastas de dentes. Os sulfatos têm a capacidade de remover sujidade e excesso de sebo da pele eficazmente; além disso, permitem a formação de espuma pelo que permitem a formulação de produtos com características sensoriais que os consumidores apreciam. Os sulfatos são também detergentes pouco dispendiosos, seguros e podem ser produzidos através de métodos sustentáveis.

Os sulfatos têm desenvolvido uma reputação negativa ao longo dos anos, especialmente devido aos meios de comunicação social, consequentemente, aos consumidores. A situação piorou com o aparecimento de produtos de higiene, principalmente champôs, que indicam não conterem sulfatos; esta reivindicação passou automaticamente a transmitir a ideia errada de que os produtos sem sulfatos são mais seguros do que aqueles que os contêm. É possível que já tenha ouvido dizer que os sulfatos sensibilizam a pele, que são tóxicos, ou pior, que podem causar cancro.

Os sulfatos podem ser absorvidos pela pele (em quantidades muito baixas no caso de pele saudável) e pelo aparelho digestivo em caso de ingestão. Quando tal acontece, o fígado tem a capacidade de transformar facilmente os sulfatos em moléculas que o corpo humano consegue excretar eficazmente, seja através da urina ou das fezes.

Não há qualquer prova que indique que os sulfatos sensibilizem a pele, ou seja, que tenham a capacidade causar reacções de hipersensibilidade (alergias) aquando do seu contacto com a pele. Os sulfatos também não apresentam toxicidade reprodutiva, não são neurotóxicos nem perturbam o sistema endócrino.

Em termos ambientais, os sulfatos são biodegradáveis e algumas versões estão disponíveis como ingredientes 100% naturais. Todos os sulfatos são também considerados não-ecotóxicos.

Apesar de o SLS ser utilizado em estudos científicos para induzir irritação na pele, tal efeito só ocorre em concentrações e tempos de exposição que em muito excedem a sua utilização como ingrediente cosmético em produtos de higiene. Enxaguar após aplicação é suficiente para prevenir irritação.

Se procura produtos para pele mais sensível, os sulfatos não são necessariamente para excluir. O SLES, por ser mais solúvel em água, e, portanto, mais fácil de enxaguar, é menos irritante que o SLS. Outra maneira de seleccionar produtos é ter atenção ao tipo de sal de sulfato: o mais comum é o sal de sódio, mas os sais de potássio (por exemplo Potassium Lauryl Sulfate) e magnésio (por exemplo Magnesium Laureth Sulfate) são também mais suaves.

Em conclusão, os sulfatos são ingredientes cosméticos seguros e eficazes, e os consumidores podem continuar a utilizar produtos com sulfatos com confiança, pelo que não é necessário procurar alternativas.