Funcionários da cadeia de Izeda acusados de receberem subornos

O casal é suspeito de manipular processos e de receber dinheiro dos reclusos, incluindo mais de 11 mil euros, dois relógios em ouro e o pagamento de um jantar.

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Establecimento Prisional de Izeda, em Bragança Enric Vives-Rubio

Um guarda prisional da cadeia de Izeda e a mulher, também funcionária deste estabelecimento prisional de Bragança, são acusados de corrupção por alegadamente receberem pagamentos para beneficiarem dois reclusos, também arguidos no processo, divulgou o Ministério Público. Segundo a informação publicada na página da Internet da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto deduziu acusação contra o casal de funcionários, ele guarda prisional e ela coordenadora técnica, por dois crimes de corrupção passiva para acto ilícito e um crime de corrupção passiva.

Os outros dois arguidos, que contactaram com o casal enquanto reclusos do estabelecimento prisional, estão acusados do crime de corrupção activa.

De acordo com a acusação, o casal recebeu pagamentos de um dos reclusos "como contrapartida de parecer favorável na concessão de liberdade condicional e de mudança de regime de execução da pena", passando do regime aberto virado para o interior para regime aberto voltado para o exterior.

"Tais pagamentos consistiram na entrega de pelo menos 4000 euros como pagamento parcial de um veículo automóvel, 7000 euros em numerário, dois relógios de ouro e o pagamento de um jantar", lê-se na acusação.

Segundo ainda o despacho do Ministério Público, o casal de funcionários aconselhou o outro recluso "a fugir para Espanha numa das saídas precárias que lhe fosse concedida e a enviar uma carta ao estabelecimento prisional a informar que estava no Brasil, para dissimular o paradeiro".

Concretizada a fuga, o recluso instalou-se "em Orense, Espanha, com a família e os arguidos – guarda prisional e coordenadora técnica – passaram a monitorizar o processo do mesmo.

A acusação refere que o casal informava o recluso fugitivo "das diligências encetadas com vista à sua captura, nomeadamente da emissão de mandado de detenção europeu, em troca destes "favores".

A investigação sustenta que o casal de funcionários prisionais recebeu deste arguido "tecidos, um fogão, uma arca congeladora, um frigorífico, uma máquina de lavar roupa, televisores, 500 euros em numerário e o pagamento de viagens a Espanha e respectiva estadia".

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