Viva a França! E viva o Mundial!

Todas as selecções se juntaram da melhor maneira para dar nova vida ao Mundial, jogando até aos limites do que podiam, sem pensar nos clubes ou poupar as pernas. Fizeram-nos ter imediatamente saudades deste Mundial — e amaldiçoar os quatro anos que faltam para 2022.

Depois da eliminação de Portugal e do Uruguai que nos eliminou criou-se uma distância que nos permitiu gozar o futebol como o jogo maravilhoso que é.

Dizia-se antes do Mundial que o tempo das selecções nacionais estava a passar e que hoje em dia são os grandes clubes que inspiram as atenções internacionais. Dizia-se também que a Rússia iria aproveitar o Mundial para fazer propaganda, qual Hitler com os Jogos Olímpicos de Berlim.

Nem uma nem a outra coisa aconteceram. Muito pelo contrário.

Não houve uma única selecção que não tivesse mostrado um amor louco à camisola.

Não houve uma única selecção que não tivesse dado tudo e mais alguma coisa para ganhar. Todas as batalhas foram verdadeiras. Houve muito mais derrotas imerecidas do que vitórias injustas.

Foi por isso natural que pudéssemos partilhar a alegria da França e dos franceses e ao mesmo tempo partilhar a desilusão da fantástica Croácia cujo espírito constante de luta será uma inspiração que durará até ao próximo Mundial.

O Mundial 2018 foi uma grande vitória do Mundial. As selecções foram sempre muito bem acompanhadas pelas respectivas populações. As selecções dos países mais pequenos e menos experientes mostraram que merecem ser levadas a sério pelas selecções dos países grandes e mais experientes que aprenderam esta lição da mais dura maneira: sendo eliminadas.

Todas, isto é, excepto a França. A França nunca se fechou à defesa.

Jogou com o mesmo espírito rebelde e insubmisso que a Croácia. Os franceses respeitaram o adversário. Temeram-no e enfrentaram esse medo com a audácia. E ganharam. À grande.

Todas as selecções se juntaram da melhor maneira para dar nova vida ao Mundial, jogando até aos limites do que podiam, sem pensar nos clubes ou poupar as pernas. Fizeram-nos ter imediatamente saudades deste Mundial — e amaldiçoar os quatro anos que faltam para 2022.

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