Descoberta oficina de mumificação com mais de 2000 anos

Um sítio arqueológico no Cairo ainda pode ensinar muitas coisas aos egiptólogos — nomeadamente, a química dos óleos usados para a mumificação.

A máscara de prata dourada, a segunda do tipo alguma vez encontrada, um dos artefactos mais importantes agora descobertos Reuters/MOHAMED ABD EL GHANY
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A máscara de prata dourada, a segunda do tipo alguma vez encontrada, um dos artefactos mais importantes agora descobertos Reuters/MOHAMED ABD EL GHANY

Uma equipa de arqueólogos egípcios revelou, este sábado, detalhes sobre um cemitério e uma oficina de mumificação, enterrados a 30 metros de profundidade, encontrados perto da necrópole de Sacará, na planície de Gizé, no Sul do Cairo. O cemitério, que foi originalmente descoberto em Abril deste ano, tem 35 múmias, sarcófagos em pedra, artefactos valiosos e pode dar várias pistas aos cientistas sobre o processo de mumificação.

Os arqueólogos esperam que a oficina de mumificação venha trazer novos conhecimentos sobre a constituição química dos óleos usados no Antigo Egipto para mumificar os mortos. Uma descoberta importante, no entender de Ramadan Badry Hussein, líder da missão arqueológica egípcia e alemã que identificou o local: “Esta descoberta vem acrescentar duas coisas muito importantes: a primeira relacionada com o tipo de óleos usados [na mumificação] e a sua composição química. Então seremos capazes de identificar exactamente que tipo de óleos foram usados", disse à Reuters.

A par da oficina de mumificação, foram descobertas centenas de pequenas estátuas de pedra, jarros e vasos, encontrados dentro das câmaras de enterro. O artefacto mais importante encontrado foi uma máscara de prata dourada – a segunda deste tipo alguma vez encontrada, disse o ministro das Antiguidades, Khaled al-Anani à Reuters. “Este objecto é muito raro”, explicou o ministro, “Só temos duas deste tipo, é uma descoberta muito boa.”

O cemitério e atelier de mumificação têm mais de 2000 anos. Os especialistas pensam que terá sido contruído entre 664 e 404 a.C.

O Governo egípcio espera que esta e outras descobertas arqueológicas recentes sejam um chamariz para os turistas. Outrora um importante destino para os amantes de história interessados no templos faraónicos e pirâmides, o Egipto enfrenta um decréscimo do número de turistas devido à crise política que se instalou no país em 2011.

Artefactos descobertos no cemitério
Artefactos descobertos no cemitério Reuters/MOHAMED ABD EL GHANY
Uma máscara de múmia partida
Uma máscara de múmia partida Reuters/MOHAMED ABD EL GHANY
O interesse causado pelos artefactos encontrados
O interesse causado pelos artefactos encontrados LUSA/MOHAMED HOSSAM
Alguns dos objectos encontrados
Alguns dos objectos encontrados LUSA/MOHAMED HOSSAM
Os objectos encontrados
Os objectos encontrados Reuters/MOHAMED ABD EL GHANY
Um crânio e ossos, encontrados em Sacará
Um crânio e ossos, encontrados em Sacará Reuters/MOHAMED ABD EL GHANY
Um objecto recentemente encontrado, tornado público em Sacará
Um objecto recentemente encontrado, tornado público em Sacará LUSA/MOHAMED HOSSAM
Foi encontrado um grande número de múmias
Foi encontrado um grande número de múmias Reuters/MOHAMED ABD EL GHANY
Vista geral do local de investigação da necrópole de Sacará
Vista geral do local de investigação da necrópole de Sacará LUSA/MOHAMED HOSSAM