Carlos Tavares corta comissões do Montepio para recuperar clientes

A Caixa Económica lançou uma conta de depósito à ordem com custo de dois euros mensais, que tem associada um conjunto se vantagens associadas a outros produtos e serviços.

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NFS - Nuno Ferreira Santos

A “transformação” está marcada para Setembro, mas a nova administração da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), liderada por Carlos Tavares, já está a tomar medidas para atrair novos clientes. Contra a corrente, a estratégia da gestão está a passar pela redução de comissões bancárias para atrair novos clientes, como a conta de depósitos à ordem lançada esta quinta-feira, com um custo mensal de dois euros, associada a um conjunto de produtos e serviços complementares.

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A “transformação” está marcada para Setembro, mas a nova administração da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), liderada por Carlos Tavares, já está a tomar medidas para atrair novos clientes. Contra a corrente, a estratégia da gestão está a passar pela redução de comissões bancárias para atrair novos clientes, como a conta de depósitos à ordem lançada esta quinta-feira, com um custo mensal de dois euros, associada a um conjunto de produtos e serviços complementares.

A nova conta à ordem só está disponível para quem domicilie o ordenado ou pensão, e adira ao serviço online Montepio24, mas o custo (2 euros + imposto de selo) fica muito abaixo do valor médio pago pelos portugueses para ter esta tipo de conta, que se situa, segundo cálculos da Deco Proteste, em 5,28 euros por mês. Um número reduzido de bancos não cobra qualquer valor por este tipo de contas.

O novo produto foi lançado poucos dias depois de a equipa de Carlos Tavares, que actualmente acumula os cargos de chairman e de presidente da comissão executiva da instituição, ter anunciado a isenção da comissão de subscrição de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), que é de 0,25% sobre o montante colocado por investidor, no mínimo de 7,5 euros, mais imposto do selo. A subscrição deste produto de poupança do Estado termina na próxima terça-feira (17 de Julho).

Ainda recentemente, o banco lançou o Voucher Poupança, destinado a fomentar a poupança para crianças, produto que será reforçado brevemente e, no segmento do crédito à habitação, o banco fez uma ligeira redução na margem mínima que cobra aos clientes (spread), que passou de 1,55% para 1,50%, ainda assim, uma das mais altas do mercado.

Estes são os primeiros sinais da gestão do antigo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, que assumiu “os comandos” do banco numa altura delicada, não só pelos prejuízos registados, mas também pela problemática ligação ao accionista, a Associação Mutualista Montepio Geral. Para Setembro, Carlos Tavares prometeu o arranque do “programa de transformação” que deverá produzir “resultados num espaço de três a quatro anos”. 

De acordo com informação da CEMG, a nova conta à ordem, que se destina a maiores de 18 anos, é apresentada comercialmente como um serviço máximo por um custo mínimo. Pode ser subscrita até 31 de Dezembro do corrente ano e as condições são garantidas por um período máximo de 24 meses, a contar da data de adesão.

Entre as 15 vantagens associadas à conta, que devem ser analisadas em pormenor, porque estão habitualmente sujeitas a condições específicas, destacam-se descontos e acesso prioritário às Residências Montepio, a devolução de 5% das despesas domésticas domiciliadas, até ao valor máximo de 85 euros por ano e à conta do cliente até 170 euros. É ainda oferecida a taxa de juro 0% no cartão de crédito em 2018 e uma oferta de voucher-poupança de 25 euros para abertura ou reforço de conta poupança para menores.

Da lista das ofertas promocionais estão ainda transferências ilimitadas se efectuadas nos canais automáticos, ofertas de anuidades de dois cartões de débito, antecipação até 100% do ordenado domiciliado e oferta da comissão de estudo de dossier.