Cristas desafiada a acabar com privilégios de vereadores em Lisboa

Grupo de Raul Almeida quer que vereadores deixem de ter "assessores, gabinete e carro".

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Assunção Cristas foi eleita vereadora em Lisboa Rui Farinha / Arquivo

O grupo que liderou uma lista do conselho nacional alternativa à da líder do CDS no congresso desafia Assunção Cristas a “quebrar o pacto de silêncio” em Lisboa para que os vereadores sem pelouro deixem de ter “assessores, gabinete e carro”.

A posição foi assumida pelo porta-voz do grupo, o ex-deputado Raul Almeida, na sequência de um jantar promovido, esta quarta-feira, no Porto, por esta lista liderada por Filipe Lobo d’Ávila. O encontro reuniu 30 pessoas, de acordo com a organização.

“Até agora todos os partidos, incluindo o CDS foram coniventes com este abuso e que prejudica o erário público. O CDS deve ter a coragem de acabar com isso”, afirmou ao PÚBLICO Raul Almeida. O CDS elegeu quatro vereadores em Lisboa, numa lista liderada por Assunção Cristas, que não têm pelouro atribuído.

O ex-deputado faz o paralelo com o caso da lei do financiamento partidário em que os centristas se demarcaram dos demais partidos. Já que o CDS “fez cartazes” a assumir que se pôs de fora do pacto partidário sobre o financiamento dos partidos, Raul Almeida defende que o CDS “deve dar um passo em frente e quebrar este pacto de silêncio”.

Outra das posições assumidas por este grupo tem a ver com o conturbado processo eleitoral interno na distrital do Porto – a cidade escolhida para o jantar – no mês passado.

O porta-voz diz estranhar que Assunção Cristas “não tenha pedido desculpas” à Juventude Popular e à Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos depois de o ex-presidente da mesa da assembleia distrital, Henrique Campos Cunha, ter rejeitado que uma parte dos militantes votasse nas eleições para a distrital.

Lembrando que Campos Cunha é também dirigente nacional, eleito pelas listas de Cristas, Raul Almeida exige que a líder do partido se demarque. “Se [Assunção Cristas] não retira a confiança política a Henrique Campos Cunha está a dizer ao partido que valida esta violação dos estatutos”, afirma, rejeitando o argumento de que o processo se encontra no conselho de jurisdição: “Uma coisa são as consequências disciplinares, outra é a consequência política.”

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