Ivo Dimchev, Angélica Liddell e Teatro do Vestido na 40.ª edição do Citemor

Reforçado pelo regresso aos apoios sustentados da DGArtes, o festival regressa de 19 de Julho a 11 de Agosto.

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O búlgaro Ivo Demchev abre o festival a 19 de Julho, em Coimbra DR

O festival Citemor, de Montemor-o-Velho, que volta a estender-se a Coimbra e à Figueira da Foz, conta este ano com música de Ivo Dimchev, um regresso da actriz, dramaturga e encenadora espanhola Angélica Lidell e um trabalho do Teatro do Vestido sobre as salinas.

A 40.ª edição do festival, que decorre de 19 de Julho a 11 de Agosto, tem como tema Memória e Esquecimento. Aquele que é "o festival de teatro mais antigo do país" reitera uma vez mais, sublinha a organização, a sua aposta numa programação centrada na criação contemporânea.

Desvalorizando o número redondo das 40 edições, o director do festival, Armando Valente, sublinha que o Citemor esteve "numa trajectória descendente", depois de anos com a sua existência em dúvida, face à ausência de financiamento do Estado.

Agora que voltou a ser contemplado com um apoios bianual da Direcção-Geral das Artes, torna-se mais fácil programar e avançar com residências artísticas e coproduções – uma das marcas do Citemor –, ainda que a organização tenha "consciência da fragilidade" do que foi construído até agora. "O ideal, pelas características do festival – que participa na produção – seria estarmos neste momento com criadores e programadores a esboçar já uma programação para 2020-2021, o que é muito difícil a esta distância com um apoio de dois anos", salienta Armando Valente.

Será a música a dar o arranque do Citemor deste ano, dando a conhecer ao público o búlgaro Ivo Dimchev, "detentor de uma ampla tessitura vocal", num espectáculo a solo no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, a 19 de Julho.

Dimchev "combina um registo operático com uma estética pop e as suas composições revelam uma estrutura invulgar, com uma forma próxima da música expressionista", refere o festival.

Pelo Citemor, passam também a espanhola Angélica Liddell, criadora com uma "longa relação" com o Citemor, que apresentará em Montemor-o-Velho Cuaderno de Trabajo, Luís Severo, que dá um concerto na Garagem Auto Peninsular, na Figueira da Foz, e Francisco Camacho, que apresenta um trabalho sobre Montemor-o-Velho na sequência de uma residência artística promovida pelo festival.

Na Figueira da Foz, vai também ser apresentado uma versão preliminar de Pontes de Sal, do Teatro do Vestido, em torno das salinas daquele concelho. "Esta será uma apresentação informal – uma primeira estação do trabalho" da companhia, que terá uma duração de dois anos, afirmou Armando Valente.

Pelo Citemor, passam ainda nomes como Inês Campos, a espanhola Monica Valenciano, uma das "coreógrafas mais influentes da sua geração", João Fiadeiro ou Paula Diogo, entre outros.

Como vem sendo hábito nos últimos anos, é o espectador que define o preço do bilhete dos espectáculos.

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