Estado investe 103 mil euros para reabrir Centro Educativo

Diferendo na anterior parceria público-privada tinha resultado no fecho do equipamento e na transferência de dezenas de jovens.

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A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, frisou a importância do funcionamento do centro na região Norte LUSA/Tiago Petinga

O Estado investiu 103 mil euros para reabrir o Centro Educativo de Santa Clara, em Vila do Conde, que este ano voltou acolher jovens institucionalizados, algo que não acontecia desde 2014, quando fechou portas.

Nesse ano, e fruto de um diferendo na parceria público-privada que fazia a gestão do centro, foi ordenado o encerramento do equipamento, forçando a transferência dos cerca de 40 jovens que aí residam para outros centros do país.

Hoje, na cerimónia de oficialização da reabertura do equipamento, que já acolhe utentes desde o início do ano, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, responsável pela tutela do equipamento, frisou a importância do funcionamento do centro na região Norte.

"Era uma pena um equipamento como este estar desaproveitado. O Ministério da Justiça tinha muito interesse em que reabrisse e é uma satisfação poder dar a estes jovens uma maior proximidade com as famílias, proporcionado que o façam neste local, com todas as condições para a sua reeducação", disse a governante.

Francisca Van Dunem, não quis apelidar de "erro" o funcionamento do centro no anterior modelo de parceira público-privada, preferindo abordar o presente.

"Consideramos que temos capacidade para fazer isto sozinhos. As parecerias público-privadas têm que ver com as dificuldades do Estado em empreender, sozinho, certos programas, mas, neste contexto, sentimos que temos capacidade para isto", vincou a ministra da Justiça.

A governante lembrou que, "depois de um pico de jovens institucionalizados, em 2012, a tendência está inverter-se desde 2016", considerando que "este tipo de espaços já não precisam de ter tanta capacidade".

Neste momento, o Centro Educativo de Santa Clara acolhe 19 jovens, com idades compreendidas entres os 14 e os 19 anos, mas tem capacidade para chegar aos 24 utentes, tendo como objectivo a sua reeducação e reinserção na sociedade.

"Fazemos um trabalho de proximidade e afecto com um principio base: A reinserção treina-se cá dentro e experimenta-se lá fora", partilhou o director do centro, Jorge Simões.

Para tal, o responsável vincou que a oferta formativa e as experiências laborais e de voluntariado para os jovens que frequentam o centro têm vindo a crescer, embora reconhecendo que há sempre dificuldades.

"Nem sempre é fácil ganhar a confiança deles. São jovens que já foram maltratados pela vida e queremos ser um facilitador de oportunidades e não uns castigadores", concluiu Jorge Simões.

Depois de quatro anos sem funcionar, os responsáveis deste centro estão, paulatinamente, a dotá-lo de todas as condições para poder ser uma referência a nível nacional, tendo uma capacidade total para receber 54 utentes.

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