Cartas ao director

A normalidade do ministro da saúde

A entrada em vigor do horário de 35 horas semanais já provocou inúmeros problemas tais como o encerramento de camas no hospital de S. João no Porto e no hospital da Guarda. O ministro da saúde disse no parlamento que os problemas causados pela mudança estavam dentro da normalidade, mas pergunto eu ao  Sr. ministro: é normal diminuir o número de camas por falta de enfermeiros? É normal fechar serviços de cardiologia numa zona, já de si tão gravemente prejudicada, como a Guarda? É normal alguns directores hospitalares admitirem a probabilidade de fecharem serviços?

Diga-me Sr. ministro Adalberto Campos Fernandes, se tudo isto é normal, o que é para si uma anormalidade? 

Apesar de toda as mentiras que todos os políticos tentam sempre passar, chegará o dia, espero eu, em que os factos e a própria realidade valerão por si próprios e os actores políticos deixarão de ter palco para desfilar, mesmo que sob os aplausos de alguns fanáticos, as suas puras e simples mentiras. Faltará muito para esse dia? Esperemos que não!

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Memória de elefante

Uma das minhas qualidades (entre muitos defeitos) é possuir uma memória de elefante, qualidade que nem sempre é positiva pois dói-me a falta de memória dos meus concidadãos. Lembro-me, por exemplo, de um líder partidário que se apresentou no congresso do seu partido contra o líder do momento, porque aquele tinha ganho as últimas eleições por "poucochinho" e, garantia, que com ele o partido ganharia as próximas por larga maioria, o que aconteceu? Pois não só não ganhou como as perdeu; foi para casa? Qual quê, chegou a primeiro-ministro com uma aliança bizarra pagando a factura das exigências dos seus sócios. Garantindo o seu poder a todo o custo e o país pagou (e está a pagar) a despesa dessa aliança...

Os partidos que garantem o poder ao partido perdedor há muito que deixaram de ter o apoio do operariado colhendo-o, hoje, principalmente no funcionalismo público e para manter a sua fidelidade exigem que o Governo lhes conceda benefícios atrás de benefícios, num país exangue em que a máquina estatal consome 48% dos recursos produzidos! 

Num momento irrepetível têm Portugal, com este governo, o quarto menor crescimento da economia no conjunto dos 28 países da UE; a propaganda quer do Governo quer de um outro senhor matraquear-nos com a falsa ideia de que estamos a crescer imenso!!

Parece que agora o primeiro-ministro se deu conta que a factura por si (por nós) paga é demasiado alta e que o país já não aguenta pagá-la, mas, conviria dizermos a este ambicioso senhor que se chegámos aqui foi pela sua vaidade e ambição a mesma vaidade e ambição que o levou a nomear gente incompetente, para cargos de enorme responsabilidade, homicidas por negligência de 120 portugueses. Porque não tem um assomo de vergonha e vai para casa? O que deveria ter feito quando perdeu as tais eleições...

Ezequiel Neves, Lisboa

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