Resumindo, há muito conhecimento por aí

Da manipulação de ADN à disparidade salarial e aos extraterrestres, todas as semanas há um pequeno vídeo da Vox na Netflix que tenta dar explicação e contexto aos fenómenos que nos rodeiam. Mas há mais: em podcasts e no YouTube, os programas de cultura geral abundam.

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Um dos primeiros episódios explora as relações monogâmicas DR

Para dar resposta a uma era em que há cada vez mais quem se queixe de ter menos tempo para ler, para ver filmes e documentários (ou pelo menos tanto quanto se gostaria), o site de notícias Vox juntou-se à plataforma de streaming Netflix para criar uma série de mini-documentários, com 15 minutos cada, que ajuda a explicar fenómenos do dia-a-dia: o mercado de acções, a manipulação de ADN, as relações monogâmicas. Chama-se Resumindo (Explained, no original) e, ao contrário do que acontece por norma na Netflix, os episódios não são disponibilizados todos de uma vez: sai um novo a cada semana, às quartas-feiras.

A Vox diz que pretende dar uma oportunidade ao “jornalismo visual”. E consegue-o: alia o lado das entrevistas e da investigação a um lado visual bastante apelativo, com fotografias, vídeos, gráficos e animações, guiados por um narrador. A série conta com nove episódios até agora – num deles a monogamia é posta em perspectiva, tentando-se perceber se se trata de um fenómeno recente na espécie humana e a razão pela qual existe; outros debruçam-se sobre a disparidade salarial racial, as dificuldades em encontrar vida extraterrestre ou ainda o fenómeno musical K-Pop. O próximo episódio sai a 10 de Julho.

Esta série de “explicadores” surge numa altura em que a reality TV – um género que tem como protagonistas pessoas normais em vez de actores, com programas como Chef’s Table ou Queer Eye – tem aumentado nos conteúdos oferecidos pela plataforma de streaming (subiu 28,3% no último ano, diz um estudo da 7Park Data). O sector desportivo foi o que mais desceu na Netflix (menos 21,8%), e os documentários registaram um aumento de 11,5%. Ainda assim, importa mencionar que, por causa das licenças, os programas disponíveis não são exactamente iguais nos EUA e em Portugal.

Para quem não tem Netflix, o YouTube é uma preciosa ferramenta onde os programas deste género proliferam: exemplos disso são o canal Crash Course – que foi criado pelos irmãos Green e tem pequenas aulas de dez minutos sobre temas que vão da Economia à Filosofia ou à Física – e o Kurzegesagt, um canal “que quer tornar a ciência bonita”. E há também podcasts para todos os gostos, como o Science Weekly (do The Guardian), Hidden Brain (da NPR) ou 60 Second Science (da Scientific American).

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