Responsável do Ambiente não resiste às suspeitas e demite-se

Scott Pruitt, um céptico das alterações climáticas apresentou, é acusado de gastos desenfreados e de abuso de poder.

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REUTERS/Jonathan Ernst/Arquivo

Há mais uma baixa na Administração Trump. A mais recente saída é de Scott Pruitt, director da Agência de Protecção do Ambiente (EPAl) norte-americana. A demissão foi anunciada pelo Presidente Donald Trump no Twitter, onde deixou elogios pelo trabalho de Pruitt.

A demissão de Pruitt não é uma surpresa tendo em conta o número de críticas que acumulou nos últimos meses. Estava envolvido em diversos casos de gastos financeiros excessivos e abusos de poder para resolver assuntos pessoais e melhorar o nível de vida da sua família. 

Segue-se no cargo o actual número dois da agência, Andrew Wheeler. "Não tenho dúvida de que o Andy vai continuar com a nossa excelente e duradoura agenda na EPA. Fizemos um progresso tremendo e o futuro da EPA é muito brilhante", escreveu Donald Trump.

Guarda-costas, voos e cabine telefónica

A escolha de Scott Pruitt tinha sido bastante criticada pelo facto de ser um céptico das alterações climáticas a estar à frente da EPA. Pruitt foi também uma das principais figuras que interpuseram acções legais contra a política ambiental de Barack Obama e contra a própria agência que passou a chefiar, contestando a autoridade da EPA na regulamentação da poluição tóxica de mercúrio, poluição atmosférica, emissões de carbono de centrais eléctricas e qualidade das águas.

Durante o mandato, Scott Pruitt foi acusado de vários abusos. Em Abril, a Associated Press revelou despesas três vezes superiores às apresentadas pelos antecessores com guarda-costas, pagas com os cofres públicos. No mesmo mês, o New York Times escreveu que os abusos de Pruitt já tinham levado John F. Kelly, chefe de gabinete de Trump, a sugerir a demissão. Trump recusou.

Tudo começou com excessos em despesas com viagens, em primeira classe ou em aviões fretados à custa dos contribuintes, ao contrário do que estipulam as regras governamentais. Depois, descobriu-se a quantidade exagerada de guarda-costas ao seu serviço, 24 horas por dia, mesmo no estrangeiro, com um custo de quase o dobro da verba gasta pelos antecessores. 

Pruitt mandou fazer uma cabine telefónica nas instalações da agência em Washington, com o custo de 43 mil dólares (37 mil euros), uma soma que foi considerada excessiva.

Já nesta semana, Pruitt foi confrontado por uma professora que o abordou num restaurante e lhe pediu que se demitisse antes de ser "empurrado pelos escândalos". 

Na carta de demissão a que um jornalista da Fox News teve acesso, Scott Pruitt não comenta os escândalos de corrupção e abuso de poder de que é acusado. No documento, Pruitt culpa apenas "os infindáveis ataques sem precedentes" que são dirigidos a si e à sua família. 

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