A primeira edição o orçamento participativo foi dominada por eventos

Dos cinco projectos vencedores, apenas um se traduz em alterações permanentes. Vereadora diz que os restantes são “sementes”.

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PAULO RICCA / PUBLICO

Um concerto, a instalação de um parque infantil no Jardim da Sereia, uma curta-metragem, um festival do fado e um festival de humor. Na primeira edição do Coimbra Participa, quatro das cinco propostas mais votadas são eventos.

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A proposta do maestro Rui Lopes, de apresentar o concerto “Por Este Rio Acima”, com base na obra de Fausto Bordalo Dias, no Terreiro da Erva recolheu a preferência dos conimbricenses com 2226 mil votos. A iniciativa da Câmara Municipal de Coimbra tinha como tema a dinamização do centro histórico, sendo que o segundo projecto mais votado foi a instalação de um parque infantil no Jardim da Sereia, proposta por Magarita Cébrian que recebeu 2134 votos <_o3a_p>

No orçamento participativo jovem, o projecto mais votado foi o de Miguel Monteiro Rodrigues, que implica uma realização de uma curta-metragem com o centro histórico como pano de fundo. Seguiram-se dois festivais: um de fado, proposto por Beatriz Silva, e outro de humor, proposto por Afonso Paiva. <_o3a_p>

No total foram apresentadas 50 propostas, das quais 33 foram a concurso, tendo participado na escolha mais de 11 mil votantes. A soma das cinco propostas significa que a autarquia vai despender 138 mil euros a levá-las a cabo, sendo que o orçamento previsto era de 150 mil euros. Os vencedores foram nesta quarta-feira reconhecidos pela autarquia, no dia da cidade.<_o3a_p>

“Foi uma primeira experiência muito interessante”, da qual a autarquia retirará “ensinamentos para edições futuras”, afirmou a vereadora Regina Bento na última reunião de executivo camarário. Questionada pelo PÚBLICO sobre o facto de a maioria das propostas vencedoras serem eventos, a responsável fez notar que “não havia nada nas normas que os eliminasse” e que estes constituem “uma semente para o futuro”. Pegando no exemplo do Terreiro da Erva, um espaço da Baixa da cidade recentemente requalificado, o concerto “pretende demonstrar que aquele é um espaço que foi reabilitado e que pode ser utilizado no futuro” para actividades similares.<_o3a_p>

As declarações de Rui Lopes, um dos proponentes da apresentação de “Por Este Rio Acima”, vão no mesmo sentido. Um dos objectivos é “colocar uma semente de forma que as pessoas percebam que o espaço foi revitalizado e que comecem a acontecer lá actividades, mercados ou concertos”, refere. O outro é a “utilização de matéria-prima”, que são artistas e músicos de Coimbra que, quando acabam a formação “têm de sair da cidade porque a indústria está noutros lados”. <_o3a_p>

O concerto foi produzido para o 32º aniversário da Rádio Universidade de Coimbra, tendo contado com a participação da Tuna Académica Universitária de Coimbra, do Coro Misto da Universidade de Coimbra e da Orquestra Académica da Universidade de Coimbra. O espectáculo foi apresentado em Março, no auditório do conservatório de Coimbra. A ideia é agora “apresentar o espectáculo ao resto da cidade”, justifica. <_o3a_p>

Margarita Cébrian, autora da proposta “Jardim da Sereia para Brincar”, explica ao PÚBLICO que esta é mais “uma espécie de desculpa para voltar” ao espaço. Nascida em Valência, chegou a Coimbra em 2011 e não percebia porque é que a Sereia estava vazia. Depois começou a perceber as dinâmicas de abandono e marginalidade em torno do espaço, que chegou a ter baloiços nos anos 1980. “Não é frequentado pelas famílias. Os parques infantis estão espalhados em redor da cidade, mas no centro histórico não há nada”, sintetiza. A proposta para instalar o parque infantil no jardim tem apenas uma área de intervenção identificada, não prevendo a instalação de equipamentos específicos. <_o3a_p>

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