Nem o insecticida salvou Caroline Wozniacki

A dinamarquesa voltou a tombar cedo em Wimbledon.

Foto
Caroline Wozniacki Reuters/TOBY MELVILLE

Foram precisos seis match-points para Ekaterina Makarova fazer jus à sua reputação de tomba-gigantes nos torneios do Grand Slam. Mas a esquerdina russa não deixou a oportunidade de brilhar mais uma vez sobre a relva, o seu melhor piso, e eliminou Caroline Wozniacki, número dois no ranking mundial, na sequência do triunfo no Open da Austrália, em Janeiro. A dinamarquesa chegou a Londres com um auspicioso título conquistado nesta superfície, em Eastbourne, mas, pela quarta vez nos últimos seis anos, não passou da segunda ronda em Wimbledon. E metade das primeiras dez cabeças de série já foram eliminadas do quadro feminino.

Mas a vitória da russa não veio do nada. Makarova já tinha derrotado esta adversária no último duelo, em Setembro, no Open dos EUA, e é a quarta tenista no activo com mais encontros ganhos sobre adversárias do "top-10" em majors: 12 – atrás de Serena Williams (56), Venus Williams (37) e Maria Sharapova (21). “Apenas gosto de torneios grandes. Não há dúvida que tenho uma motivação diferente, emoções diferentes para lutar. Estou pronta a morrer em cada encontro”, explicou Makarova (35.ª), após ganhar com os parciais de 6-4, 1-6 e 7-5.

Depois de ser dominada no set inicial, Wozniacki começou a queixar-se das formigas voadoras. “Quero focar-me em jogar ténis e não comer insectos”, reclamou em direcção do árbitro. Depois de lhe ter sido facultado um spray repelente, Wozniacki começou a jogar melhor e levou o encontro para a “negra”. Só que a resiliência de Makarova veio ao de cima e, rapidamente, chegou a 5-1.

Com a memória da Austrália, onde, na segunda ronda, recuperou de 1-5 diante de Jana Fett para acabar por conquistar o seu primeiro título do Grand Slam, Wozniacki reagiu. A ajudar, Makarova desperdiçou quatro match-points, quando serviu a 5-4 (40-0), dois deles, incluindo no break-point, com as suas únicas duplas-faltas. “Estava muito nervosa. Caroline nunca falha. Precipitei-me um pouco porque pensei que tinha de ganhar o ponto, ser agressiva. Fiquei muito contente por conseguir acalmar-me a 5-5”, revelou Makarova.

Acabaria por redimir-se ao vencer os dois derradeiros jogos, embora tenha concluído somente na sexta oportunidade.

“Disse a mim própria: ‘não vou perder este encontro; tive tantos match-points’. Esqueci-os e comecei de novo”, explicou a russa que, em 2015, atingiu o oitavo lugar do ranking.

A quarto-finalista de 2014 vai agora defrontar precisamente a jogadora que a derrotou então, Lucie Safarova (66.ª). “Não sei se ela vai conseguir manter este nível”, adiantou Wozniacki, visivelmente desiludida. “É frustrante porque senti que podia ir longe e fazer um excelente resultado aqui”, acrescentou.

De regresso ao court central pela primeira vez desde que conquistou o título em 2016, Serena Williams demorou-se 66 minutos, até eliminar, por 6-1, 6-4, a búlgara Viktoriya Tomova (135.ª) e avançar para a terceira ronda, onde foi acompanhada pela irmã, Venus Williams.

No torneio masculino, Roger Federer assinou uma exibição irrepreensível para ultrapassar o eslovaco Lukas Lacko (73.º), por 6-4, 6-4 e 6-1, em 89 pontos. No segundo set, o suíço ganhou mesmo todos os 20 pontos em que serviu. 

Nota ainda para o finalista de 2016, Milos Raonic (32.º), que eliminou John Millman (56.º), por 7-6 (7/4), 7-6 (7/4) e 7-6 (7/4), num encontro em que disparou um serviço a 235km/h.

 

Sugerir correcção
Comentar