Eike Batista condenado a 30 anos de prisão

O empresário brasileiro de 61 anos já foi um dos homens mais ricos do mundo. A perda abrupta da sua fortuna alertou as autoridades para esquemas ilícitos pelos quais foi agora condenado.

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O empresário já estava em prisão domiciliária Sergio Moraes/Reuters

O empresário brasileiro Eike Batista, em prisão domiciliária desde o ano passado, foi esta segunda-feira condenado a 30 anos de prisão por corrupção activa e lavagem de dinheiro. A condenação surge no âmbito da Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Lava-Jato. Esta é a primeira condenação daquele que, de acordo com a revista Forbes, chegou a ser o homem mais rico do Brasil e o oitavo mais rico do mundo.

O ex-milionário de 66 anos irá recorrer da decisão, informou o seu advogado, Fernando Martins, citado pela Globo.

Batista perdeu o estatuto de multimilionário na sequência do colapso do grupo EBX — um conglomerado de empresas mineiras, de electricidade, de construção naval e de logística que faliu em 2013. Em pouco mais de um ano, Batista perdeu 90% de uma fortuna que chegou a estar avaliada em 34,5 mil milhões de dólares (29 mil milhões de euros), e que estava em parte assente em expectativas em relação à exploração de reservas petrolíferas ao largo do Brasil que acabariam por se revelar irrealistas.

O colapso do grupo deu origem a investigações sobre suspeitas de fraudes financeiras e levou à abertura de processos por crimes de manipulação de mercado e lavagem de dinheiro, pelos quais Batista é agora condenado.

Além de Batista, foi também condenado no mesmo processo o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (que, no somatório de vários processos criminais, já foi condenado a mais de 100 anos de cadeia). O antigo governante era acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Terá recebido 6,5 milhões de euros de Batista, através de um falso contrato de intermediação da compra de uma mina de ouro, para garantir a adjudicação de contratos públicos ao grupo EBX. Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral, foi condenada a quatro anos de prisão no âmbito do mesmo caso.

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