Palcos da semana

Um ícone do metal, a resiliência de um festival e uma exposição de arte monumental fazem a agenda dos próximos dias. Também há lugar para O Corpo de uma cidade e para o regresso de uma ópera.

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Estado de Sítio, de Emmanuel Demarcy-Mota, é um dos destaques do 35.º Festival de Almada Jean Louis Fernandez

Teatro
A Almada, à confiança

Mesmo obrigado a ajustar as expectativas ao corte de verbas – que chegou a pôr em risco a sua realização –, a 35.ª edição do Festival de Almada vem "honrar o compromisso de confiança mútua" com os espectadores, garante o director artístico, Rodrigo Francisco. Por um lado, faz regressar encenadores como Pippo Delbono com A Alegria, Paolo Magelli com A Reunificação das Duas Coreias, Emmanuel Demarcy-Mota com Estado de Sítio, Rafael Spregelburd com Philip Seymour Hoffman, Por Exemplo ou Pascal Rambert com Final do Amor e Actriz. Por outro, aposta em criadores emergentes como Jean Bellorini, que traz Liliom ou a Vida e a Morte de Um Vagabundo, ou David Marton e a sua versão da ópera La Sonnambula de Bellini. Outras peças a não perder: Arizona pelo Teatro de Babel, Dr. Nest da Familie Flöz, António Pires com Colónia Penal, Diogo Infante com Carmen e O Quarto de Isabella, de Jan Lauwers e a sua Needcompany, protagonizada por Viviane de Muynck. Para além do teatro, o festival é palco de espectáculos de dança, concertos, exposições, encontros e colóquios.

ALMADA e LISBOA Vários locais
De 4 a 18 de Julho (programa completo aqui).
Bilhetes de 5€ a 18€, excepto espectáculos de rua e concertos (gratuitos); passe a 75€

 

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DR

Música
Antes do adeus  

Ícone do metal, matéria de mitos, estrela anciã. Ozzy Osbourne, o lendário vocalista dos Black Sabbath, lançou-se em 2017 numa megadigressão mundial com validade até 2020, anunciada como a última e destinada a celebrar 50 anos de vida de palco. Passa por Portugal numa data única, na companhia de Zakk Wylde, Blasko, Tommy Clufetos e Adam Wakeman. Para abrir as hostilidades, convidou outros pesos-pesados do género: os "deuses do metal" Judas Priest.

LISBOA Altice Arena
Dia 2 de Julho, às 20h.
Bilhetes de 42€ a 89€

 

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Sectional Body Preparing for Monadic Singularity, de Anish Kapoor DR

Arte
Exposição monumental

Serralves prepara-se para inaugurar uma grande exposição dedicada a um dos maiores nomes mundiais da arte contemporânea e da escultura em particular: Anish Kapoor. Conhecido (e premiado) por explorar os limites da disciplina, o artista indo-britânico é autor de obras monumentais como o Cloud Gate que concebeu para o Millennium Park de Chicago, o Sky Mirror para a Nottingham Playhouse ou Sectional Body Preparing for Monadic Singularity para o Château de Versailles (estas duas, parte da colecção instalada na fundação). Apresentada como "uma panorâmica da sua linguagem escultórica" – complementada por uma exposição de cerca de 40 maquetas –, Obras, Pensamentos, Experiências ainda tem curadoria de Suzanne Cotter, que deixou a direcção do museu no final de 2017.

PORTO Parque e Museu de Serralves
De 6 de Julho a 6 de Janeiro. Segunda a sexta, das 10h às 19h (até às 18h a partir de Outubro); sábado, domingo e feriados, das 10h às 20h (até às 19h a partir de Outubro).
Bilhetes a 10€

 

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Lucrecia Dalt Regina de Miguel

Festival
Pelo corpo

Habitar, debater, ocupar, pensar, viver a cidade. Em vários cenários e a múltiplas vozes artísticas. Este ano, com O Corpo a fazer-se tema de reflexão. É mais uma edição – a oitava – dos Jardins Efémeros. A artista plástica Fernanda Fragateiro instala-se no centro histórico com Toda a Paisagem Não Está em Parte Nenhuma. A linha musical vanguardista da colombiana Lucrecia Dalt ecoa no claustro da catedral, também palco para o compositor sérvio Abul Mogard e para artista sonora francesa Félicia Atkinson. As históricas e influentes ESG trazem memórias pós-punk de Nova Iorque ao adro da Igreja da Misericórdia, que também recebe o músico-poeta-performer angolano Nástio Mosquito. São apenas alguns destaques de um programa extenso, que se espraia ainda por teatro, dança, cinema, oficinas, mercados, conferências e outras iniciativas.

VISEU Centro histórico
De 6 a 10 de Julho (programa completo aqui).
Grátis

 

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Carlos Azevedo

Ópera
A dama decide?

Mais de dois séculos depois da estreia nacional no então Real Teatro de São João (na época apelidado de "Teatro do Príncipe"), regressa à cena a ópera La Donna di Genio Volubile, de Marcos Portugal. Com libreto de Giovanni Bertati, é um drama jocoso em dois actos, sobre uma mulher volátil que demora a decidir-se por um dos seus pretendentes. Co-produzida pelo São João e o Ópera Estúdio da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, tem encenação de António Durães, direcção artística de António Salgado e direcção musical de José Eduardo Gomes.

PORTO Teatro Nacional São João
Dias 6 e 7 de Julho, respectivamente às 21h e 19h.
Bilhetes de 7,50€ a 16€

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