Collina acha “estranho” pedido de explicação de Carlos Queiroz

O presidente do Comité de Árbitros da FIFA disse que desde Dezembro e até ao início do Mundial 2018 não recebeu nenhum pedido de esclarecimento sobre o VAR.

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REUTERS/Damir Sagolj

Pierluigi Collina, presidente do Comité de Árbitros da FIFA, fez nesta sexta-feira, em Moscovo, um balanço sobre o desempenho dos árbitros durante os 48 jogos da fase de grupos do Mundial 2018. No total, segundo o italiano, o videoárbitro (VAR) avaliou 335 jogadas até ao momento, nas quais a FIFA considera que existiram “99,3% de decisões acertadas”. A reunião de informação sobre arbitragem com os jornalistas começou, no entanto, com uma declaração de Collina, na qual o italiano disse estar “muito surpreendido” por ter ouvido que “algumas explicações eram necessárias” sobre o VAR. O nome do seleccionador do Irão nunca foi mencionado, mas após os jogos frente a Espanha e Portugal, Carlos Queiroz afirmou que “as pessoas têm de saber quais são as regras” do VAR.

Dezassete dias depois, a FIFA realizou, na sala de conferências de imprensa do Estádio Luzhniki, em Moscovo, um segundo briefing sobre arbitragem, mas a conversa de 1h38 de Pierluigi Collina e do suíço Massimo Busacca, director do departamento de arbitragem, com a imprensa começou com uma declaração de Collina. Após agradecer “a jogadores e treinadores” pela cooperação até ao momento - o que, segundo Collina, “não é uma surpresa” -, o chefe dos árbitros da FIFA falou das “numerosas reuniões” sobre “alterações e interpretação nas regras do jogo e as suas interpretações” realizadas desde Dezembro de 2017 com as 32 selecções que participam no Mundial 2018. Foi a introdução perfeita para o “recado” que se seguiu.

De semblante fechado, o antigo árbitro voltou a referir que, “genericamente falando, não estavam surpreendidos” por tudo estar a correr de feição, mas disse que estavam “muito surpreendidos" com algo que ouviram durante estes 48 jogos. “Em particular, ouvimos que algumas explicações eram necessárias. Estivemos disponíveis desde Dezembro até ao início da competição para dar todas as informações sob pedido. Não recebemos nenhum. Por isso, é muito estranho que de repente, durante a competição, essa necessidade se torne tão evidente”, afirmou o italiano.

Após o jogo contra a Espanha, Carlos Queiroz teceu críticas ao VAR, dizendo que “as pessoas têm de saber quais são as regras”: “Se quisermos uma clarificação do árbitro, temos de escrever para a FIFA e dizem que nos respondem depois. Fala-se nos erros claros ou não claros. É como se a minha filha chegasse a casa e discutíssemos se ela está um bocadinho grávida ou muito grávida. Cometer erros com o VAR não é humano. As pessoas têm de saber as regras do jogo.” As críticas do seleccionador do Irão foram reforçadas após a partida contra Portugal. Na altura, Queiroz disse que “o senhor Infantino [presidente da FIFA] e a FIFA têm de perceber que o VAR não está a ir bem". "Há várias queixas”, completou.

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