Gabriel Muzak, uma movida brasileira com “boleia” de Gil

Gilberto Gil vai encerrar sábado as Festas de Lisboa e Gabriel Muzak desafiou dois dos músicos que o acompanham (Domenico Lancelotti e Thomas Harres) para uma sessão especial, na véspera, no Intendente.

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Gabriel Musak VITOR JORGE

O encerramento das Festas de Lisboa vai fazer-se este sábado, junto à Torre de Belém, com um concerto de Gilberto Gil comemorativos dos 40 anos do disco Refavela, um dos seus registos históricos (que inclui canções como Ilê Ayê, Aqui e agora ou Sandra). Isso será às 22h, como acesso livre. Na véspera, e aproveitando a presença em Lisboa de dois músicos seus amigos que vêm com Gil, Domenico Lancelotti e Thomas Harres, o cantor e compositor brasileiro Gabriel Muzak promove mais uma sessão das suas “Tropical Muzak”. Será dia 29 na Casa Independente, no Largo do Intendente, às 22h.

Nascido no Rio de Janeiro, em 9 de Junho de 1975, e hoje a residir em Lisboa, Muzak já tem um sólido trabalho como compositor e produtor, com três discos gravados em nome próprio: Bossa Nômade (2002), Quero Ver Dançar Agora (2013) e Imageria (2015), este sobretudo com músicas para cinema e apenas disponível nas plataformas digitais. Gabriel Muzak, que tem acompanhado Adriana Calcanhotto nos seus mais recentes (e aplaudidos) concertos em Portugal, como guitarrista, começou a ligar-se à música ainda jovem. A mãe tinha um violão em casa, e, diz ele, “toca e canta muito bem, até hoje.” Aos 10 anos, ele ainda tentou o violão, sem sucesso. Reincidiu aos 14, e a mãe, ao vê-lo tocar, insistiu que estudasse. E assim foi. “Fui ter aulas com Paulão Sete Cordas, um grande violonista. Ainda sem electricidade. E a minha dedicação já foi diferente.” Teve aulas durante uns meses e depois o professor foi acompanhar Zeca Pagodinho numa digressão (toca com ele até hoje). Resultado: “Fiquei tocando blues no sofá de casa.”

Isso no violão. Até que comprou a primeira guitarra eléctrica e começou a descobrir outros sons. Integrou depois bandas como Zabumba Iê Mohamed (“que flirtava com influências afro-árabes mas era uma banda de rock”), The Funk Fuckers, Seletores de Frequência e Rockz. Do blues do sofá passou ao funk, ao rock, à electrónica, a uma música mais experimental. “Os próprios exercícios de técnica, cromáticos, têm uma musicalidade que já leva para caminhos pouco explorados, porque emitem notas.”

Aproximação e improviso

Na Casa Independente, Gabriel Muzak vai reunir vários músicos para tocarem juntos temas pré-combinados e também para improvisarem. Além de Domenico Lancelotti e Thomas Harres, que integram a comitiva de Gilberto Gil, estarão também presentes Filipe Caneca (“um teclista e acordeonista que vem de uma família de músicos”) e a cantora portuguesa Joana Barra Vaz (que já tem quatro discos e participou no Festival da Canção 2018). “É uma noite que, por ter dois convidados chegando no próprio dia, vai ter bastante improviso e nós vamos explorar isso. São dois bateristas dos quais eu sou fã há muito tempo. O Domenico, que tocará guitarra e mpc, tem um estilo muito impactante na bateria e também vai tocá-la aqui.” Quanto Joana Barra Vaz, Gabriel já combinou as canções. “Escolhemos três músicas dela para tocarmos juntos. Acho muito bonita a voz dela e o jeito de ela cantar. A ideia, aqui, é aproximar estes mundos.”

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