Uso de smartphones nas burlas informáticas é cada vez mais frequente, alerta PJ

A projecção da PJ é a de que até final deste ano sejam cometidas 6536 burlas informáticas e 1340 burlas comuns praticadas com recurso a tecnologias de informação.

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maria joao gala

O director da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica (UNC3t) da PJ alertou nesta quarta-feira para o uso cada vez mais frequente de dispositivos móveis, por exemplo smartphones, nas burlas informáticas e outro tipo de fraude.

Carlos Cabreiro falava durante uma conferência de imprensa para apresentação de resultados do combate à criminalidade informática, durante a qual foram fornecidos dados estatísticos que indicam que durante os primeiros seis meses deste ano foram registadas 3268 burlas informáticas e 670 burlas comuns praticadas com recurso a tecnologias de informação.

A PJ prevê que até final deste ano sejam cometidas 6536 burlas informáticas e 1340 burlas comuns praticadas com recurso a tecnologias de informação. Neste último caso, e caso se confirme a projecção, a subida será exponencial face a 2017 (335 casos).

Em matéria de intrusões, até Junho deste ano, a PJ contabilizou 303 casos de acesso ilegítimo, 153 de sabotagem informática e 64 outras intrusões. Do quadro do cibercrime, dados até Junho de 2018, constam ainda, entre outros, cinco crimes cometidos contra a propriedade intelectual, 58 de extorsão e 87 de pornografia de menores.

Durante o encontro, a PJ divulgou as “regras de ouro” que os cidadãos devem seguir nas compras online para que estas sejam seguras, apelando a que todos efectuem compras em comerciantes de confiança e verifiquem se a transferência de verbas está devidamente protegida.

“Se não está a efectuar uma compra, não forneça os dados do seu cartão” e “evite fazer as suas compras online em sites que não comportam uma autenticação completa” são alguns dos conselhos lançados pela PJ aos cidadãos, a que se junta o de “nunca enviar os dados do cartão por email que não esteja encriptado”.

Em caso de ser vítima de burla na Internet, a PJ pede que seja apresentada queixa junto desta polícia e, caso a vítima tenha pago o artigo com cartão de crédito ou débito, deve informar rapidamente o seu banco, pois poderá ter direito ao reembolso em dinheiro.

“Não guarde nem escreva o seu código PIN, nunca revele o seu PIN a ninguém e assine o seu nome no verso do cartão” são outros dos conselhos emitidos pela PJ esta quarta-feira, numa campanha de sensibilização do público e consumidores em geral.

Carlos Cabreiro referiu que hoje é possível cometer burlas informáticas através de um simples smartphone e que o uso de telemóvel com Internet “fez explodir a capacidade de intervenção” dos infractores e os “locais para a prática destes actos” criminosos.

Fraudes na aquisição online de bilhetes de avião

O responsável da PJ advertiu para que se tenha o máximo cuidado com o comércio electrónico, observando que este tipo de criminalidade aproveita sobretudo a “fragilidade humana”, mormente o descuido das pessoas relativamente aos seus dados e códigos pessoais, frequentemente “descurados” no dia-a-dia.

Carlos Cabreiro realçou que, no último mês, a PJ participou em duas operações à escala internacional – a Operação E-Commerce e a Operação Global Airport Action Days.

A Operação E-Commerce, que de correu entre 4 e 15 de Junho, foi coordenada pela Europol e visou o combate a ilícitos praticados através da Internet, nomeadamente a aquisição de bens em comerciantes utilizando dados de cartões bancários adquiridos de forma fraudulenta.

Em Portugal, precisou Carlos Cabreiro, foram efectuadas seis detenções num total de sete pessoas constituídas arguidas. Os detidos ficaram em prisão preventiva.

Da operação resultou ainda a apreensão de 205 mil euros, objectos no valor de 13 mil euros, veículos automóveis e 700 cartões de crédito prontos a serem utilizados de forma fraudulenta.

Na Operação Global Airport Action Days, que decorreu de 18 a 22 de Junho, relacionada com fraudes na aquisição online de bilhetes de avião, o responsável da PJ mencionou que participaram 61 países e 69 companhias aéreas, incluindo a TAP, bem como seis agências de viagens.

Equipas policiais estiveram em 226 aeroportos internacionais e em Portugal houve intervenção no aeroporto de Lisboa e no de Faro.

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