Governo abre portas a refugiados do navio Lifeline

Ministro da Administração Interna diz que as entidades portuguesas estão no terreno.

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Refugiados a bordo do navio da organização não-governamental Lifeline LUSA/HERMINE POSCHMANN / MISSION LIFELINE / HANDOUT

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, orgulhou-se nesta terça-feira do consenso que existe em Portugal sobre a questão dos refugiados e revelou que o país está aberto para receber refugiados que estão a ser resgatados do navio humanitário Lifeline, que chegará em breve a Malta.

Durante a audição na comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias que decorre esta tarde no Parlamento, o ministro referiu que as entidades estão a trabalhar para dar as respostas sociais necessárias àquelas pessoas e anunciou que o Governo local de Malta pediu a Portugal e a outros países para acolher os 239 imigrantes que seguem a bordo do Lifeline, entre os quais se encontram mulheres e crianças.

Sobre este assunto, falou também a deputada do PSD Emília Cerqueira, não colocando em causa a decisão do Governo, o que levou o ministro a dizer: "Tenho orgulho de viver num país em que temos muitas divergências com a oposição, mas esse tema nunca foi um tema de fractura", afirmou. Na audição parlamentar, motivada por requerimentos do PSD e do CDS/PP relacionados com os meios aéreos de combate a incêndios e limpeza de terrenos, Eduardo Cabrita salientou que Portugal é um dos países que melhor integram os imigrantes, ocupando o segundo lugar na lista europeia. Ainda relativamente à questão das migrações, o ministro da Administração Interna garantiu que Portugal participará com "responsabilidade e solidariedade" na resolução à escala europeia daquele problema.

Eduardo Cabrita referiu também que Portugal foi o sexto país que recebeu mais imigrantes vindos da Grécia e de Itália, tendo colocado em prática vários programas de recolocação. Adiantou igualmente que Portugal está a preparar um outro programa para receber refugiados de países terceiros, sendo disponibilizada aos interessados informação útil sobre Portugal como país de acolhimento.

O barco da organização não-governamental (ONG) alemã Mission Lifeline não recebeu permissão para atracar em Itália e navegava há vários dias sem ter um porto de abrigo como destino, devido às dificuldades levantadas pelos países do sul da Europa.

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