Aquele penálti

Se errar é humano, e graças a Deus temos as máquinas e a tecnologia, porquê continuar a errar?

Foto
Reuters/Lucy Nicholson

Aquele penálti não existiu. Nem o anterior. Nem o amarelo ao Ronaldo. Aquele jogo não existiu. Mas aconteceu, aos olhos do árbitro, como de costume e cumprindo a tradição de outros tantos jogos, de outros tantos campeonatos, de outros tantos mundiais: errar é humano. 

Mas se errar é humano, e graças a Deus temos as máquinas e a tecnologia, porquê continuar a errar? Porquê continuar a negar o óbvio quando em casa já perdemos a conta às imagens repetidas na televisão, ainda para mais quando os árbitros já podem, também eles, ver as imagens na televisão? Sim, como se estivessem em casa, só falta o conforto do sofá e uma cerveja na mão. 

Não se consegue explicar a parcialidade, a indecisão, o nervosismo de quem não aparenta ter experiência, apenas medo, medo dos jogadores, dos treinadores, dos adeptos, de si, queimando tempo em detrimento de duas equipas, de dois países, tantos corações, em detrimento de um mundial que se quer mais isento, mais alto, mais rápido, mais forte e, no fim, igual a tantos anteriores. 

Se não conseguimos marcar aquele penálti, o que não existiu a favor de Portugal, mérito ao guarda-redes. E talvez o Ronaldo não conseguisse disfarçar a mistura de incredulidade e sentimento de culpa diante do primeiro erro do árbitro. Depois, veio o amarelo que, a ser (não foi, nunca aconteceu, o Ronaldo nem sequer tocou no adversário e o teatro de parte a parte foi mais que muito), teria de ser vermelho. Portanto, ou era um vermelho, ou não era nada. Foi um amarelo, talvez pelo teatro, e assim devia ter sido para os dois jogadores. 

E, no fim, aquele penálti, já nos descontos, quando já ninguém acreditava, nem eu, e para a próxima o melhor é cortar os braços aos jogadores da selecção, para que o braço não toque mais na bola, mesmo quando é a bola que toca no braço, e toda a gente viu, toda a gente, menos o árbitro. 

Convenhamos, se Portugal queria ser o primeiro do grupo, devia ter ganho à Espanha. Se ontem estávamos bem colocados para vencer o grupo, tal acontecia por puro e simples demérito de nuestros hermanos. Afinal, alguém acreditaria tantos apuros diante de Marrocos, essa “potência do futebol mundial”? 

Estávamos fadados a passar, mas a passar em segundo. Tudo o resto, o que viesse a mais, seria um bónus. Não foi. Venha, por conseguinte, o Uruguai. Não temos medo, temos pretensões, queremos ser campeões e vamos fazer mais! Sábado, às 19h, jogamos à bola

Sugerir correcção
Ler 1 comentários