Engie avalia activos da EDP Renováveis

Grupo francês está interessado nos activos norte-americanos da empresa de energias limpas da EDP.

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João Manso Neto é o presidente da EDP Renováveis Nuno Ferreira Santos

A empresa francesa Engie poderá estar a avaliar uma oferta sobre a totalidade do capital da EDP Renováveis ou a compra de alguns dos activos da empresa de energias limpas da EDP, noticiou a Bloomberg nesta quarta-feira.

Segundo a Bloomberg, que cita fontes anónimas envolvidas no processo, a Engie está mais interessada no portefólio de actividades da EDP Renováveis nos Estados Unidos, mas não descarta a possibilidade de lançar uma oferta pela totalidade do capital da empresa liderada por João Manso Neto (cerca de 83% do capital estão nas mãos da EDP).

A notícia chega num momento em que o presidente da EDP, António Mexia, já tem agendados encontros com investidores internacionais para reforçar a ideia de que o preço proposto pela China Three Gorges (CTG) na Oferta Pública de Aquisição (OPA) anunciada em Maio é baixo, como a empresa sublinhou no relatório de avaliação da oferta divulgado a 9 de Junho. “O conselho de administração executivo não pode recomendar que os accionistas vendam as suas acções ao preço actualmente oferecido”, dizia então o relatório.

A empresa chinesa, que tem 23,27% da EDP, oferece 3,26 euros por cada título da eléctrica, o que representa um prémio de 10,8% sobre o preço médio ponderado pelo volume das acções nos seis meses anteriores à oferta.

A equipa de António Mexia recordou, a 9 de Junho, que esta contrapartida “tem implícito um prémio inferior ao prémio oferecido pela CTG em 2011 para a aquisição de uma participação minoritária na EDP”, quando agora está em causa a aquisição do controlo.

Em 2011, a CTG pagou 3,45 euros por acção, ou 2700 milhões de euros, por uma fatia de 21,35% da EDP (agora está disposta a desembolsar cerca de nove mil milhões para adquirir a totalidade do capital).

A CTG oferece ainda uma contrapartida de 7,33 euros pela EDP Renováveis, o montante mínimo a que está obrigada. No entanto, o valor é superior aos 6,8 euros que a própria EDP ofereceu no Verão passado para tentar retirar a Renováveis de bolsa, acabando por conseguir atrair apenas 5,03% do capital na oferta e elevando a sua posição para 82,56%.

No relatório divulgado este mês, entre as matérias para as quais sublinhou a necessidade de clarificações por parte da CTG, a EDP destacou “as potenciais implicações e desfechos regulatórios, em particular aqueles que poderão afectar a actividade nos Estados Unidos”, onde a Renováveis tem o seu principal mercado.

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