Convento do Beato vendido a grupo imobiliário suíço

Cerealis, que ficou com o imóvel ao comprar há quase duas décadas a Nacional, alienou agora o projecto de urbanização do Beato ao grupo suíço Larfa Properties

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Desde que reabriu, em 2015, Convento do Beato foi usado para varios eventos. Na foto, debate das autárquicas em 2017 Miguel Manso

O grupo agro-alimentar Cerealis, dono das marcas Milaneza e Nacional, vendeu, por valor não revelado, o Convento do Beato e a área envolvente, para onde está previsto um projecto de urbanização, da autoria do arquitecto Tomás Salgado.

O comunicado conjunto que avança com a operação, veiculado hoje à comunicação social, não adianta o valor, as áreas, a data de conclusão e pormenores do negócio, que foi feito entre a Cerealis e o “grupo familiar suíço Larfa Properties”, é afirmado. A Larfa Properties é descrita na nota enviada às redacções como holding de investimentos da família Tryba.

Adianta contudo a justificação para a fabricante de massas ter alienado, ao fim de 19 anos, o imóvel. “O grupo Cerealis adquiriu em 1999 a Nacional – Companhia Industrial de Transformação de Cereais SA., então detentora do Convento do Beato”. O imóvel classificado de interesse público desde 1984 está, adianta a comunicação, “enquadrado numa envolvente com elevado potencial imobiliário, tendo a Cerealis desenvolvido um projecto urbanístico” da “autoria do arquitecto Tomás Salgado, do gabinete Risco”.

Ora, de acordo com a gestão da Cerealis, liderada por Rui Amorim de Sousa, “a execução daquele programa de urbanização exige conhecimentos e competências específicas que não se enquadram na estratégia do grupo” alimentar, justifica. E, encontrou a Cerealis “no grupo Larfa Properties um parceiro que tornará possível manter a actividade do Convento, assim como iniciar a implementação de um projecto urbanístico de elevada qualidade, muito importante para futuro da zona do Beato”, afirmou Rui Amorim de Sousa, CEO do grupo Cerealis, citado em comunicado.

Recorda ainda a empresa portuguesa que “apesar de não fazer parte da sua actividade estratégica, o grupo, ciente do inestimável valor patrimonial do Convento para a cidade de Lisboa e para o país, reforçou o investimento na sua reabilitação e melhoria” durante o tempo em que o imóvel esteve na sua posse.

Do lado da Larfa, o gestor Stephane Delplancq, igualmente citado no mesmo comunicado, garante “a intenção [do novo comprador] de continuar a investir na actividade de eventos do Convento numa base de longo prazo.” “O nosso grupo irá avançar com implementação do projecto urbanístico”, assegura ainda.

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