Comissão de gestão terá grande desafio nos próximos dois meses, diz Álvaro Sobrinho

Presidente da Holdimo diz que apoiará o candidato que "apresentar o melhor modelo de gestão".

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Álvaro Sobrinho marcou presença na assembleia geral de sábado LUSA/TIAGO PETINGA

Álvaro Sobrinho, presidente da Holdimo, accionista da SAD do Sporting, disse neste domingo que o relatório da consultora PricewaterhouseCoopers (PwC) "não foi nada abonatório" e que a comissão de gestão terá um grande desafio nos próximos dois meses.

"Vamos ver exactamente a dimensão dos problemas. Há claras suspeitas, isso é uma evidência. O relatório da PwC não foi nada abonatório. O que foi enviado nos últimos meses sobre a destruição do património da SAD é elucidativo", afirmou à Lusa.

O empresário considera que é necessário "apurar os responsáveis e o grau de responsabilidade".

"Como é que vamos dar a volta a uma situação que vai ser deixada à nova comissão de gestão é um grande desafio nos próximos dois meses e temos de tentar estancar a hemorragia que foi criada pela anterior direcção, não só Bruno de Carvalho. Hoje temos dados oficiais de auditores externos independentes e com base nisso temos de ver, os accionistas terão de se reunir e ver o que podem fazer pelo Sporting".

Sobre os resultados da Assembleia-Geral (AG) de sábado, na qual Bruno de Carvalho foi destituído com 71% dos votos, o empresário confessou à Lusa que estava "imensamente satisfeito com a vitória esmagadora do 'sim'", considerando os resultados históricos.

Álvaro Sobrinho disse ainda que apoiará quem "apresentar o melhor modelo de gestão".

"Como sócio não tenho nenhum candidato, aquele que apresentar o melhor modelo de gestão, a melhor proposta para o clube, nós dois [o próprio e a Holdimo] não vamos discutir pessoas. Temos de ver os projectos que cada um apresenta, a fiabilidade dos mesmos e as soluções que são possíveis de alcançar dentro das limitações financeiras do clube, os activos e a necessidade de capital que também tem. Os candidatos têm de ter soluções fiáveis e credíveis", afirmou à agência Lusa.

Questionado sobre uma possível recandidatura de Bruno de Carvalho, apesar de este já ter dito que não se apresentava a sufrágio, Álvaro Sobrinho disse que o ex-presidente "é passado" e que "nem põe isso como hipótese".

"Nem sequer ele tem essa capacidade de se candidatar nem tem a possibilidade de se candidatar. Até Setembro vamos ver o que foi feito na SAD, o que ele fez de facto e ver a dimensão dos problemas que temos ou não temos e saber se terá condições de se candidatar ou não", frisou o empresário luso-angolano.

Sobre o futuro próximo do Sporting, depois de alguns meses de crise, disputas públicas e saída de vários futebolistas alegando justa causa, o accionista mostrou-se convicto de que o clube vai conseguir reerguer-se.

"Eu não só acho como tenho a certeza. Há de facto um impacto, e nós temos de ser realistas, houve efeitos na imagem do Sporting e do futebol português, mas a votação de ontem [sábado] mostrou bem não só a maturidade dos sportinguistas e é um sinal claro de democracia, justiça e liberdade", opinou.

Numa das mais concorridas assembleias gerais de sempre do Sporting votaram 14.735 sócios.

A AG foi convocada com o objetivo de decidir o afastamento ou a continuidade de Bruno de Carvalho, tendo os sócios decidido a sua saída com 71,36%, e foi a figura central de uma crise que se agudizou com a perda do segundo lugar na I Liga de futebol e a invasão de adeptos à Academia do Sporting, em Alcochete.

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