Tapas e música ao vivo dão nova vida à Casa de Ló

Espaço emblemático da cidade do Porto reabriu esta Primavera com uma nova cara. E uma nova carta.

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Nelson Garrido
Janela, Casa, Arte
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Não há portuense que não conheça a mítica Casa Margaridense e o seu pão-de-ló. Em 2009, dois anos depois de o espaço centenário fechar portas, reabriu com novos proprietários e novo nome: Casa de Ló − em homenagem à especialidade que ali se produzia −, bar e salão de chá, essencialmente com produtos tradicionais. A aventura durou até Agosto do ano passado, quando a então proprietária passou o negócio a Fernando Borges, que decidiu transformar o conceito e remodelar o espaço, mas manter a marca que já se tem vindo a afirmar.

Ao mesmo tempo que as obras de requalificação davam uma nova vida à Travessa de Cedofeita, dentro das portas vermelho-marmelada mudavam-se pavimentos e balcões, tentando manter a traça original ao máximo.

No hall de entrada, permaneceram o cofre – onde era guardada a receita secreta do pão-de-ló de Margaride - e um relógio de parede, herdados da antiga Casa. O passado cruza-se com o presente através das madeiras e da decoração, que tornam o ambiente informal e até acolhedor. Ao fundo, as portas da sala deixam entrar a luz que vem do pátio, onde fica a esplanada. Há ainda uma pequena mezzanine com vista para todo o restaurante.

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O sector da restauração não é novo para Fernando Borges, e o também proprietário do Jimão - Tapas e Vinhos, na Ribeira, sabia desde início que “o restaurante tinha de ser a primazia do espaço”. Para além dos petiscos, como as tradicionais tripas à moda do Porto (7€), salada de bacalhau (7€) ou hambúrgueres de alheira (8€), a equipa de cozinheiros introduziu algumas tapas com o ex-líbris, nomeadamente uma bola de enchidos com pão-de-ló e uma rabanada de pão-de-ló com espuma de queijo (6€).

A carta inclui também pratos quentes, como posta de vitela à Ló com chips de batata-doce e esparregado (16€) e tamboril com molho de açafrão e mexilhões (17€). Os vinhos, esses, são exclusivamente do Douro, para acentuar a “presença do Porto e do Norte”.

A música jazz, indie, blues ou temas dos anos 1980 e 90 compõem a atmosfera do restaurante durante toda a semana, com música ao vivo às terças, quartas e quintas-feiras e concertos aos sábados ou à sexta, ocasionalmente. “Havia muitos locais destinados a uma faixa etária mais jovem e a intenção foi criar um local para um nicho, uma faixa etária mais velha, dos 30 para cima”, explica Fernando Borges.

De portas abertas desde o dia 30 de Março, o novo proprietário da Casa de Ló confessa estar “agradavelmente surpreendido” com a aceitação dos clientes (65% a 70% dos quais são portugueses) e mostra vontade de “consolidar o conceito” e atingir “notoriedade dentro do público-alvo”.

A Travessa de Cedofeita foi alvo de um processo de requalificação que se prolongou por cerca de meio ano e a dotou de calçada portuguesa. Esta artéria, que liga a Rua de Cedofeita à Rua das Oliveiras, localiza-se numa zona em franco crescimento cultural e turístico que nos últimos tempos tem vindo a descentralizar a noite do Porto da zona das Galerias de Paris.

Texto editado por Sandra Silva Costa

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