Unono, a agência de recrutamento para millennials, integra programa da Google

A Unono afirma-se como “a melhor agência de recrutamento para o talento millennial” e em 2017 ajudou 150 mil jovens a encontrar emprego. É uma das duas startups portuguesas a integrar um programa de aceleração da Google, em Madrid.

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A startup acompanha os candidatos ao longo de todo o processo de procura de emprego DR

Há cerca de um mês, Luís Mendes, co-fundador e director-geral da Unono, recebeu a notícia de que a startup luso-espanhola iria integrar o programa de aceleração Campus Residency da Google, em Madrid. A empresa afirma-se como “a melhor agência de recrutamento para o talento millennial” e em 2017 ajudou 150 mil jovens a encontrar emprego.

Tudo começou há quatro anos, com a crise económica e o desemprego jovem como pano de fundo. Em Espanha, Luís conheceu Raphäel Heraief (suíço-espanhol) e juntos criaram uma plataforma que ajudava os jovens recém-formados que não encontravam emprego a conhecer propostas de educação que os pudessem distinguir no mercado de trabalho. Em 2015, concorreram com esta ideia à Lanzadera, um programa de aceleração valenciano que concede um empréstimo de 200 mil euros a startups para que possam “arrancar” com o negócio.

“Na Lanzadera, estudámos intensamente que tipo utilizador tínhamos, o que procurava e qual era a sua maior dificuldade”, explica Luís Mendes ao P3. Decidiram avançar para a área dos recursos humanos, contrataram profissionais especializados para desenvolver a tecnologia que precisavam e, um ano depois, mudaram-se para Madrid e abriram um escritório na Startup Lisboa. “Quando as empresas filtram currículos, sem ver mais nada, perdem imenso talento e possibilidade de conhecer pessoas espectaculares, e foi nessa base que começamos a Unono”, conta.

Como é que funciona?

No site Unono.net respondes a um pequeno questionário e submetes o currículo — preferencialmente também em vídeo. Depois, a Unono analisa o perfil do candidato, mede os traços de personalidade e cruza a informação com as vagas e preferência de mais de 50 clientes, como a Zurich, Johnson & Johnson, Amazon, Ageas, Science4You e a ANA Aeroportos. A Unono acompanha os candidatos em todo o processo, inclusive na preparação para as entrevistas e, mesmo que não sejam aceites, ajuda-os a melhorarem o currículo. 

Para o director-geral da Unono, o facto de a startup ter uma taxa de incorporação quatro vezes superior à média deve-se à preocupação com o talento e a confiança que os jovens depositam na agência. “O que nos distingue é vermos o mercado de maneira diferente e trabalharmos muito o lado do candidato", diz Luís Mendes. "Somos a única agência que se preocupa realmente em dar feedback e em acompanhar os candidatos.”

A Unono incentiva ainda os jovens a criarem um vídeo de apresentação (que não é partilhado com as empresas) para uma análise de reacção perante o stress, por exemplo, ou da capacidade de falar em público. A ideia é apoiar o candidato e, assim, aumentar em 80% a probabilidade de ser contratado.

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Luís Mendes co-fundou a Unono em 2015 DR

Criar uma empresa “super escalável”

Para Luís Mendes, ser um dos oito finalistas do Campus Residency da Google — a par da Barkyn — foi "muito motivador" para toda a equipa e “é óptimo sinal”. “Quer dizer que estamos a fazer um bom trabalho.” Com o auxílio deste programa, a Unono espera “criar uma empresa que seja super escalável — ou seja, que os custos não cresçam muito, mesmo escalando muito o negócio” — e cumprir o objectivo de crescer para outra cidade fora de Espanha ou Portugal, já no final de 2018.

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Os colaboradores da Unono são de seis nacionalidades. DR

Actualmente, a Ununo tem mais de 60 mil inscritos em Portugal e Espanha e está perto de atingir o número de colocados de 2017 (150 mil) já neste primeiro semestre de 2018. Até ao final do ano, Luís Mendes espera chegar 300 mil. O processo é completamente gratuito para os candidatos. “No fundo, trabalhamos para eles. Quem nos paga é a empresa que, quando recruta alguém, nos dá uma 'taxa de sucesso', uma percentagem do salário anual do funcionário”, esclarece.

A startup, que há cerca de dois anos começou com apenas duas pessoas, emprega actualmente 24 colaboradores de seis nacionalidades. “Temos um serviço para pessoas de todo o mundo, por isso faz sentido que tenhamos uma equipa heterogénea também”, afirma Luís Mendes. A Unono está ainda a desenvolver uma tecnologia, com uma equipa na Suíça, para ler os dados dos vídeos, com vista a melhorar a automatização do processo de análise dos candidatos.

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