Melania Trump partiu para o Texas com um casaco a dizer “não quero saber”

Primeira-dama visitou local onde crianças foram fotografadas dentro de armazéns com gradeamento semelhante a gaiolas. Presidente deu ordem para que os filhos dos imigrantes detidos começassem a ser devolvidos aos pais.

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Chegada da primeira-dama ao aeroporto McAllen, no Texas, perto da fronteira com o México Kevin Lamarque/REUTERS
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Melania Trump com a guarda de fronteira no Texas Kevin Lamarque/REUTERS
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O casaco com que a primeira-dama embarcou em Washington Kevin Lamarque/REUTERS,Kevin Lamarque/REUTERS
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O casaco com que a primeira-dama embarcou em Washington Reuters/KEVIN LAMARQUE
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O casaco com que a primeira-dama embarcou em Washington Reuters/KEVIN LAMARQUE

A primeira-dama dos EUA, Melania Trump, foi ao Texas para visitar centros de detenção de filhos de imigrantes ilegais no centro da polémica sobre a política de “tolerância zero” aplicada pela Administração Trump nas fronteiras. Era uma missão de controlo dos danos causados pela política de separação dos filhos de imigrantes em situação ilegal. Mas ao sair de Washington, levava um casaco da Zara que tinha escrito nas costas: “I really don’t care. Do u?” (Não quero saber. E tu?”). A polémica foi imediata.

Ao sair do avião, no Texas, tinha um casaco branco e a sua porta-voz explicou:  “Ela quer ver o que é a realidade”. Melania Trump fez várias perguntas, incluindo quantas vezes podem as crianças comunicar com as suas famílias. Não é claro qual terá sido a resposta.

Trata-se de uma missão de controlo dos danos causados pela política de separação dos filhos de imigrantes em situação ilegal que estão a ser detidos enquanto é apreciada o seu pedido de asilo - numa interpretação bastante severa da lei em vigor.

Esta visita acontece um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter modificado a política de “tolerância zero”, que defendera vigorosamente. Alvo de críticas até do seu próprio campo político, o republicano, Trump anunciou que a partir de agora as crianças serão detidas com os pais - e por um prazo indefinido. No entanto, este projecto deverá ser considerado ilegal e travado pela justiça, pois será preciso modificar um acordo judicial firmado em 1997 que limita a 20 dias a detenção de menores pelo Governo.  

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Melania Trump quer ver "a realidade" dos centros de detenção de crianças Kevin Lamarque/REUTERS

Melania Trump visitou uma instituição religiosa que trabalha para o Departamento de Saúde e Serviços Sociais. Seis das 60 crianças com idades entre os cinco e os 17 anos foram recentemente separadas dos seus pais, devido à política aplicada na fronteira para desincentivar a imigração ilegal, diz a CNN, citando fontes da Administração Trump. O resto das crianças são menores que atravessaram a fronteira sozinhos ou que chegaram aos EUA com familiares ou outros adultos não relacionados.

O Presidente Donald Trump deu ordem esta quinta-feira para que os filhos dos imigrantes detidos começassem a ser devolvidos aos pais. O decreto  presidencial assinado por Trump estipula que os imigrantes em situação ilegal com filhos devem ter prioridade na apreciação dos seus casos pela justiça. Mas não põe fim à política de “tolerância zero” na fronteira, que leva à detenção até mesmo dos requerentes de asilo, como se fossem criminosos.

A visita de Melania Trump a estes centros de detenção de crianças não é, portanto, sinal de uma inversão de política. Foi uma tentativa de controlo de danos - uma tentativa de dar um rosto mais humano a uma política amplamente criticada como desumana.

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