Milhões de Festa promete reinventar-se sob o céu de Setembro

O festival de Barcelos vai realizar-se de 6 a 9 de Setembro, deixando para trás o mês de Julho. Joaquim Durães, da Lovers & Lollypops, diz que continuará a ser um laboratório do rock, mas vai reinventar-se e pode ter até menos concertos.

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Paulo Pimenta

“A tradição já não é o que era”, apregoa a Lovers & Lollypops, criadora e promotora do Milhões de Festa, ao desfazer esta quinta-feira, com o anúncio das novas datas oficiais, a indefinição que até à última semana pairou sobre a realização da 11.ª edição do festival. Os banhos vespertinos nas piscinas municipais de Barcelos, os petiscos de algumas das casas típicas da cidade e as noites junto ao Cávado, a descobrir quem ainda tem algo a acrescentar à linguagem do rock, prometem continuar a fazer o Milhões, já não sob o sol do pleno Verão de Julho, mas em Setembro, entre os dias 6 e 9.

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“A tradição já não é o que era”, apregoa a Lovers & Lollypops, criadora e promotora do Milhões de Festa, ao desfazer esta quinta-feira, com o anúncio das novas datas oficiais, a indefinição que até à última semana pairou sobre a realização da 11.ª edição do festival. Os banhos vespertinos nas piscinas municipais de Barcelos, os petiscos de algumas das casas típicas da cidade e as noites junto ao Cávado, a descobrir quem ainda tem algo a acrescentar à linguagem do rock, prometem continuar a fazer o Milhões, já não sob o sol do pleno Verão de Julho, mas em Setembro, entre os dias 6 e 9.

A mudança, explicou ao PÚBLICO Joaquim Durães, um dos fundadores da Lovers & Lollypops, deveu-se à “pressão cada vez maior dos festivais de Julho e Agosto” sobre um evento que, apesar de decorrer num ambiente de Verão, não é um festival de Verão. “O Milhões sempre foi um festival-laboratório, um local para experimentar. Senti que poderíamos arriscar um novo caminho, após dez edições”, observou.

No comunicado a anunciar as datas, a editora promete que o Milhões, depois de se ter tornado um “espaço essencial para a descoberta da mais interessante produção contemporânea dos quatro cantos do globo”, “vai reinventar-se”, quer na nova configuração que o programa vai assumir, quer na relação a estabelecer nesta sua nova encarnação com a cidade minhota, origem de algumas das bandas que já passaram pelo festival, como Black Bombaim e Glockenwise.

A prometida reinvenção, acrescentou Joaquim Durães, pode decorrer do novo “estado de espírito” que a mudança de data eventualmente gerará, mas também da forma como os espectadores presentes em Barcelos vão passar a viver os concertos. “Não queremos um amontoar de concertos. Queremos que as pessoas experimentem e saboreiem cada concerto com mais tempo e paciência”, descreve, antecipando que o número de actuações pode ser menor face a edições anteriores.

O Milhões de Festa estreou-se no Porto, em 2006, e passou no ano seguinte por Braga, antes de fazer de Barcelos a casa que o acolhe ininterruptamente desde 2010. Nos últimos oito anos, já subiram ao palco do parque fluvial nomes que floresceram no panorama alternativo nacional, como Throes + The Shine e Cave Story, e internacional, como os britânicos Alt-J e o espanhol El Guincho. O festival também já acolheu músicos com décadas de carreira, como Michael Rother, um dos elementos dos Neu!, banda de referência do krautrock alemão da década de 70, The Fall, uma das bandas pós-punk de Manchester criadas no fim dos anos 70, e Electric Wizard, quarteto britânico de doom metal que apareceu nos anos 90.

O cartaz do festival, organizado em parceria com a Câmara Municipal de Barcelos, vai ser revelado até ao final de Julho, confirmou ainda ao PÚBLICO Joaquim Durães.