Fundo de Pires de Lima e Sérgio Monteiro investe nas torres da Altice em Portugal

A Altice vai vender o seu negócio de torres de telecomunicações em Portugal a um consórcio que inclui o fundo criado no ano passado pelo ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Sérgio Monteiro, e pelo ex-ministro da Economia, António Pires de Lima.

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Pires de Lima era o ministro com a pasta da Economia quando a Altice comprou a PT Portugal à Oi Enric Vives-Rubio

A Altice pretende arrecadar 2500 milhões de euros com a venda das torres de telecomunicações em Portugal e França a consórcios dos quais fará parte, anunciou a empresa nesta quarta-feira.

A empresa liderada por Patrick Drahi revelou que “chegou a um acordo sobre a venda de participações nos seus negócios de torres de telecomunicações em França e Portugal, com uma contrapartida inicial de 2500 milhões de euros,” a um consórcio onde também participam a KKR, a Morgan Stanley Infraestructure Partners e o fundo Horizon Equity Partners.

Este fundo foi fundado no ano passado pelo ex-secretário de Estado das Infraestruturas Sérgio Monteiro e pelo ex-ministro da Economia António Pires de Lima, que tinham a tutela das telecomunicações quando os franceses compraram a PT Portugal à Oi. O semanário Expresso noticiou recentemente que o negócio de venda das torres envolvia dois membros do antigo Governo de Passos Coelho.

No caso do negócio em Portugal, a  Altice "chegou a acordo com um consórcio, do qual faz parte a Morgan Stanley Infrastructure Partners e a Horizon Equity Partners” para um negócio de 660 milhões de euros.

Este consórcio, em que a Altice fica com uma participação de 25%, terá o nome de Torres de Portugal e passará a gerir as 2961 torres actualmente operadas pela empresa. O negócio deverá estar concretizado no terceiro trimestre de 2018.

A Torres de Portugal será, segundo a Altice, “a primeira empresa independente de torres de comunicações” no país, “posicionada de forma única para beneficiar do seu pioneirismo e do forte crescimento esperado do mercado, permitindo que outras operadoras tenham acesso às torres e que possam expandir as suas redes 4G / 5G [quinta geração], em linha com as recentes recomendações do regulador português sobre partilha de infra-estruturas”.

A empresa sublinha que em causa estão torres “estrategicamente localizadas em todo o território nacional”. A venda prevê um contrato de 20 anos de parceria entre a Altice Portugal e a Torres de Portugal. A parceria visa ainda a construção de 400 novos sites que se prevê que possam gerar cerca de 60 milhões de euros em receitas adicionais para a Altice Portugal nos próximos quatro anos.

A Altice prevê ainda a criação de uma nova companhia, que será “uma das maiores empresas de torres de telecomunicações da Europa”, a TowerCo e que incluirá a TowerCo #1 em França.

De acordo com a Altice, a venda das torres de França e de Portugal e a criação da TowerCo “irão gerar recursos financeiros significativos para a Altice Europe e vão ao encontro do compromisso já assumido de desalavancagem e gestão do balanço do grupo”.

Ao mesmo tempo, “irão fortalecer tanto a Altice France quanto a Altice Portugal na prossecução dos seus projectos industriais de longo prazo”, observa a empresa.

Em Março, a Altice anunciou que iria vender 13 mil torres de comunicações em França e em Portugal, das quais três mil no mercado português, prevendo concretizar o negócio na primeira metade do ano.

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