Fóssil com 500 milhões de anos pode ajudar a esclarecer o mistério dos primeiros animais

Estranha criatura marinha, semelhante a uma esponja, teria cerca de 50 centímetros e alguns pequenos espinhos.

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A nova espécie chama-se Allonnia nuda Derek Siveter/Tom Harvey/Peiyun Cong

Uma equipa de cientistas descobriu, na China, um fóssil de uma estranha criatura marinha que terá 500 milhões de anos e que pertence a um misterioso grupo de animais que os cientistas têm dúvidas onde encaixar na “árvore da vida”. A investigação foi publicada na revista científica Proceedings of the Royal Society B, da Royal Society de Londres.

A criatura pertence ao grupo dos Chancelloriidae, animais fósseis que fazem lembrar esponjas do período Câmbrico (há cerca de 500 milhões de anos), em forma de tubo, que terão sido extintos rapidamente. No entanto, a semelhança com esponjas não é consensual entre cientistas. A nova descoberta, por uma equipa de cientistas das universidades de Leicester e Oxford, no Reino Unido, e Yunnan, na China, junta novos indícios que podem ajudar a resolver o mistério dos Chancelloriidae.

A nova espécie, a que os investigadores deram o nome de Allonnia nuda, foi descoberta na China e teria cerca de 50 centímetros e alguns pequenos espinhos. Também dá indicações sobre o padrão de crescimento, pois tem ligações claras às esponjas modernas. Ainda que seja cedo para dizer que o mistério dos Chancelloriidae esteja resolvido a descoberta evidencia o papel central dos fósseis idênticos a esponjas no debate sobre a mais antiga evolução animal.

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A nova espécie foi descoberta na China DEREK SIVETER/TOM HARVEY/PEIYUN CONG/LUSA

“Os fósseis Chancelloriidae foram descobertos há quase um século mas resistiram às tentativas de os colocarem na árvore da vida. Consideramos que o padrão de crescimento corporal suporta uma ligação com esponjas, dando força a uma hipótese antiga. Não achamos que o caso esteja encerrado mas esperamos que os nossos resultados inspirem novas investigações sobre a natureza dos primeiros animais”, disse Thomas Harvey, da Universidade de Leicester e um dos autores do trabalho.

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