EMEL procura soluções para melhorar o estacionamento

Depois de terminada a primeira fase do “EMEL Mobility Challenge” as propostas relacionadas com a melhoria do estacionamento têm até 20 de Julho para melhorar as suas ideias.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) identificou soluções com potencial para mudar e agilizar o problema do estacionamento na cidade sabendo exactamente quem possui dísticos e viaturas numa determinada zona e assim gerir os espaços mais eficazmente.

O EMEL Mobility Challenge, um desafio organizado pela CIONET Portugal em parceria com a EMEL quis pôr empresas, startups e universidades a criar uma solução baseada em Blockchain que interligue os registos de propriedade automóvel e os registos de dísticos da EMEL numa determinada área.

O Blockchain é uma tecnologia de armazenamento de vários tipos informação que oferece a mesma funcionalidade de manutenção de registos mais antigos com a diferença que o controlo desta informação é descentralizado, ou seja, nenhuma entidade ou pessoa individual detém o controlo, mas toda a gente pode participar nele e contribuir para o seu crescimento. A definição é do Institute For The Future que acrescenta que o Blockchain armazena informação através de uma rede de computadores, fazendo com que a informação seja não só descentralizada mas também redistribuída. Qualquer pessoa pode solicitar ou adicionar qualquer informação, mas estas só serão aceites se toda a rede de utilizadores verificar a sua legitimidade. 

Trata-se de um sistema onde registos podem ser armazenados com segurança e os factos verificados por qualquer pessoa e não apenas por uma identidade. Desta forma, ninguém conseguirá “trair” o sistema ao editar os registos porque qualquer pessoa que estiver a usar o sistema estará a ver.

No futuro, este tipo de tecnologia poderá ser usada para proteger a nossa identidade online, verificar a de outrém, ou mesmo para ser adaptada ao voto electrónico para termos a certeza que o nosso voto é contabilizado. Para já, a EMEL quer adaptá-la ao estacionamento.

Segundo Rui Damião, membro da Aliança Portuguesa de Blockchain, entre as propostas que foram a concurso, “é possível encontrar soluções que juntam os registos de propriedade, normalmente emitidos pelo IMT, e os dísticos de estacionamento do proprietário do automóvel. Estas soluções poderão permitir, em termos práticos, que no momento em que o registo de propriedade é feito se receba quase automaticamente a informação por parte da EMEL de que tem direito a um dístico de estacionamento na zona de residência e quais as condições do mesmo. Da mesma maneira, quando o proprietário deixa de ter um registo de propriedade sobre um automóvel, automaticamente a EMEL poderá revogar o acesso ao dístico de estacionamento correspondente.”

Em comunicado, a empresa acrescenta que “a tecnologia pode chegar facilmente a todos os sectores e indústrias, como é o caso da mobilidade e foi já colocada em prática em aplicações relacionadas com questões de identidade em aspectos como passaportes, identidades digitais, comprovativos de residência, certidões de nascimento e de casamento, identificações, logins online, entre outras. Criar uma identidade em Blockchain pode dar às empresas e indivíduos um maior controlo sobre quem e quais as informações que possui e como acedê-las.”

Texto editado por Ana Fernandes

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