Nos congratula-se com fim do negócio que iria ser “muito prejudicial”

Operadora liderada por Miguel Almeida reage ao fim do negócio entre a Altice e a Media Capital.

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Sebastiao Almeidas

A operadora NOS considerou hoje que a não concretização da venda do grupo Media Capital, que detém a TVI, pela espanhola Prisa à Altice era “um cenário antecipado e o único possível”, congratulando-se com o fim do negócio.

Questionada pela agência Lusa sobre a notícia hoje confirmada ao mercado pelo grupo espanhol Prisa, de que desistiu da venda da Media Capital à Altice, fonte oficial da Nos afirma que “este era um cenário antecipado e o único possível”.

Por isso, “a Nos congratula-se por ver chegar ao fim um negócio que, pelo impacto negativo e risco sérios para o pluralismo, a diversidade de opinião e concorrência, iria ser muito prejudicial para os interesses dos cidadãos e do país”, adianta a mesma fonte.

No domingo, um ano depois da proposta de compra feita pela Altice e dias após o fim do prazo apontado para concretizar o negócio, a TVI noticiou que a Prisa iria deixar cair a venda da Media Capital sem esperar pela decisão da Autoridade da Concorrência (AdC).

Esta desistência foi hoje confirmada ao mercado pela Prisa, tanto em Espanha como em Portugal.

A Altice anunciou em Julho do ano passado que tinha chegado a acordo com a espanhola Prisa para a compra da Media Capital, dona da TVI, entre outros meios, por 440 milhões de euros.

No final de maio deste ano, a AdC informou que tinha rejeitado os compromissos apresentados pela Altice para a compra da Media Capital por entender que "não protegem os interesses dos consumidores, nem garantem a concorrência no mercado".

Reagindo ao anúncio, em 29 de Maio, a Altice Portugal manifestou discordância perante a posição do regulador, afirmando não estar disponível "para apresentar quaisquer outros" compromissos.

Antes, em 15 de Fevereiro deste ano, a AdC abriu uma investigação aprofundada à compra da Media Capital por considerar existirem "fortes indícios" de que a operação poderá resultar em "entraves significativos à concorrência".

Já em Outubro passado, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), na altura liderada por Carlos Magno, não chegou a consenso sobre o negócio, apesar de os serviços técnicos da entidade terem dado parecer negativo ao negócio.

Com o 'não parecer" da ERC, que seria vinculativo para o negócio – a falta de consenso gerou fortes críticas ao presidente da altura –, o processo passou para a alçada da AdC.

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), por sua vez, em Setembro passado, que a compra da dona da TVI não deveria ter lugar "nos termos em que foi proposta", devido aos entraves à concorrência.

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