Pelo menos 31 mortos em atentado no Noroeste da Nigéria

Borno é o estado mais afectado pela violência do Boko Haram, que desde 2009 já matou mais de 30 mil pessoas.

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A bandeira do Boko Haram numa mesquita no Noroeste do país Emmanuel Braun/Reuters

Uma série de explosões matou 31 pessoas e deixou dezenas de feridos em Damboa, no estado de Borno, Noroeste da Nigéria, disseram à agência Reuters dois residentes que ajudaram a contar as vítimas.

Trata-se do maior ataque em várias semanas na parte do grande país africano mais afectada pela violência dos radicais do Boko Haram, grupo que desde 2009 mantém uma campanha militar contra o Governo com o objectivo de estabelecer um estado islâmico no Norte do país.

Os habitantes contam que vários bombistas suicidas activaram os explosivos que traziam no corpo no sábado à noite e há testemunhas que viram pelo menos um rocket a atingir a zona. Os ataques visaram uma área entre dois bairros de Damboa, a uns 90 km da capital do estado, Maiduguri.

“Destrui as nossas casas. Contámos 31 inocentes mortos no ataque, incluindo crianças e pessoas mais velhas”, diz Modu Usman, filho de um líder da comunidade. Há uns dez feridos graves hospitalizados; as vítimas regressavam a casa depois das festas do fim do Ramadão, o Eid al-Fitr, que durante três dias assinala o final do mês sagrado do jejum muçulmano.

O último ataque de grandes dimensões no Nordeste da Nigéria aconteceu no início de Maio, quando pelo menos 30 pessoas foram mortas em Adamawa, estado que faz fronteira com Borno.

Borno tem sido o estado mais atingido pela insurreição, que já deixou mais de 30 mil mortos e obrigou mais de 2 milhões de pessoas a fugir das suas casas nos últimos nove anos.

Em 2015, o Exército declarou que tinha derrotado o Boko Haram, garantindo que o grupo estava praticamente extinto. O ataque deste fim-de-semana ainda não foi reivindicado mas o grupo nunca deixou de reclamar ataques contra civis e militares no país.

Entretanto, já este ano, o governo do Presidente, Muhammadu Buhari, anunciou estar em negociações com os jihadistas para tentar alcançar um acordo de cessar-fogo.

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