Cristiano, o caçador de recordes

A superlativa exibição do português na partida contra a Espanha valeu-lhe algumas distinções e colocou-o na rota de outras.

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Melhor marcador das selecções

Que Cristiano Ronaldo é o melhor marcador da história da selecção portuguesa, já não é novidade. Há mais de quatro anos que ultrapassou o anterior líder (Pauleta, com 47 golos) nessa estatística, e está perto de dobrar o registo do açoriano: leva 84 golos com a camisola da equipa nacional. O hat-trick na estreia no Mundial 2018 permitiu-lhe também igualar o histórico húngaro Ferenc Puskás como melhor marcador da história das selecções europeias. E que ninguém tenha dúvidas que não tardará até que Cristiano fique isolado na liderança dessa estatística: com Marrocos e Irão pela frente ainda na fase de grupos, não deverão faltar oportunidades para acrescentar golos ao registo pessoal – e aproximar-se do iraniano Ali Daei, máximo goleador mundial ao nível de selecções com 109 golos.

A trepar nos mais internacionais

Cristiano Ronaldo já ostenta o título de português mais internacional de sempre e, com 151 jogos, entrou para o “top-20” mundial. Até à conclusão da fase de grupos trepará mais alguns degraus na hierarquia e já não vai ficar longe do lote de dez futebolistas com mais internacionalizações da história. O recordista absoluto de jogos ao serviço de uma selecção é o egípcio Ahmed Hassan, que representou os “Faraós” nada menos do que 184 vezes.

Goleador português em Mundiais

O registo de Cristiano Ronaldo antes de chegar à Rússia era discreto – três golos em outras tantas participações em fases finais do Campeonato do Mundo, distribuídos à razão de um por edição (2006, 2010 e 2014). Mas a estreia no Mundial 2018 foi estrondosa, com um hat-trick (o 51.º da carreira, sexto pela selecção, e curiosamente também o 51.º na história dos Mundiais) que permitiu ao madeirense duplicar o seu registo goleador. E o recorde absoluto de golos marcados por um português em Mundiais está logo ali: nove, todos marcados no Mundial 1966, em Inglaterra, na posse de Eusébio.

A marcar em fases finais consecutivas

Dependendo das contas que se façam e daquilo que se queira considerar uma grande competição internacional de selecções, Cristiano Ronaldo é o primeiro futebolista da história a marcar consecutivamente em oito (ou dez) fases finais. Se forem considerados apenas Europeus e Mundiais, o madeirense já factura desde o Euro 2004, ou seja, na Rússia marcou golos pelo oitavo torneio seguido – embora o ganês Asamoah Gyan reivindique para si o recorde, com golos em nove edições consecutivas a marcar, em Mundiais e Taças das Nações Africanas, entre 2006 e 2017. Mas Cristiano Ronaldo também participou nos Jogos Olímpicos (2004) e Taça das Confederações (2017), e como é óbvio fez golos em ambos, fazendo o total crescer para dez. Vai somar 35 anos no Euro 2020 e tem tudo para ampliar este registo. Um golo bastará também para tornar-se o melhor marcador absoluto em Europeus, estatística na qual está lado a lado com Michel Platini, ambos com nove golos.

Assiduidade em Mundiais

Cristiano Ronaldo tornou-se o primeiro futebolista português a disputar quatro edições do Campeonato do Mundo (2006, 2010, 2014 e 2018). E pode muito bem ser o primeiro a disputar cinco. Vai chegar a 2022, ano em que o Mundial será organizado pelo Qatar, com 37 anos. Sabendo da mentalidade e resiliência do capitão da equipa nacional, há uma ínfima possibilidade que ele falhe o que seria o último Campeonato do Mundo da carreira. Ir ao Qatar também lhe daria hipótese de ser o primeiro de sempre a marcar em cinco Mundiais. Com o hat-trick à Espanha juntou-se a Pelé, Uwe Seeler e Miroslav Klose no grupo dos que fizeram golos em quatro edições.

A idade é um posto

Pensar em arrebatar o recorde de veterania a Roger Milla – o camaronês tornou-se em 1994 o mais velho a marcar um golo em Mundiais, aos 42 anos e 39 dias – é utópico para Cristiano Ronaldo, a quem não bastaria a edição de 2026 (terá 41 anos). Mas o português já pode orgulhar-se de ser o mais velho a fazer um hat-trick em fases finais do Campeonato do Mundo: viveu aquela noite mágica contra a Espanha aos 33 anos e 130 dias.

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