Bruno de Carvalho diz que comissão de gestão está proibida de entrar em Alvalade

"Esta comissão de gestão não existe", disse o dirigente suspenso de funções, voltando a colocar em causa a legitimidade dos actos do presidente da mesa Assembleia Geral do clube e prometendo uma contra-ofensiva legal.

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Bruno de Carvalho LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Para Bruno de Carvalho, presidente do Sporting suspenso de funções, a comissão de gestão aprovada há horas pelo presidente da mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares “não existe”. “As pessoas que fazem parte dessa comissão estão proibidas de entrar nas instalações do Sporting” a partir de segunda-feira, ameaçou o ex-presidente do clube.

Bruno de Carvalho falava à SIC na mesma noite em que Marta Soares anunciou a composição da comissão de gestão, liderada por Artur Torres Pereira e integrada ainda por Sousa Cintra e Luís Marques, entre outros. O dirigente suspenso voltou a colocar em causa a legitimidade do presidente da mesa da AG: “Jaime Marta Soares demitiu-se. Ao nível da lei, basta fazer o que fez: vir a público demitir-se.”

“Nenhuma providência cautelar até agora disse que Marta Soares é o presidente da mesa em funcionamento”, afirmou. "Não há nenhuma providência cautelar que diga que a comissão de gestão que Jaime Marta Soares convocou é legal", reforçou.

Bruno de Carvalho promete ainda uma contra-ofensiva nos tribunais: "Na segunda-feira vou fazer todas as providências cautelares que puder". No ar deixou ainda a possibilidade de travar a realização da Assembleia Geral de dia 23: "Se eu quiser não há Assembleia Geral nenhuma. Basta meter uma providência cautelar". E realizando-se, o dirigente não tenciona estar presente na reunião, qualificando-a como um "julgamento em praça pública".

Na frente desportiva, Bruno de Carvalho anunciou que o sucessor de Jorge Jesus no comando técnico do Sporting será apresentado "na próxima semana", estando o seu nome já escolhido. E sobre o agora treinador do Al-Hilal, avisou que o dirigente deixará de ficar abrangido pela cláusula de confidencialidade que integrou o acordo de rescisão no dia em que for afastado do Sporting.

Na próxima época, garantiu, o clube "vai lutar pelos seus objectivos: vencer as competições onde vai estar presente". E desvalorizou a saída em catadupa de elementos do plantel. "Vários destes jogadores já tinham prevista a saída. Para mim, William e Rui Patrício já deviam ter saído na época passada", disse, assumindo o "erro" de não ter afastado os dois jogadores. Mas prometeu contestar todas as rescisões em tribunal: "Se eu for o presidente do Sporting, as rescisões vão cair todas. Os jogadores não têm nada por onde se agarrar naquelas rescisões. Foram mal aconselhados pelo advogado que não lhe explicou as consequências de tudo isso".

Sobre a degradação da relação com os elementos do plantel, disse: "No dia em que passar a ser o dono e tiver que discutir consigo salários, a sua relação comigo vai deteriorar-se". E voltou à publicação feita no Facebook após a derrota com o Atlético de Madrid para a Liga Europa: "Não o devia ter feito. Quem sofreu as consequências fui eu. Assumo porque vivemos num país retrógrado. Admito que nunca mais o farei".

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