Responsável pela delegação do Norte do INEM foi afastado

O anestesista Ricardo Duarte vai ser transitoriamente substituído pela médica que está à frente da delegação regional do Centro, Regina Pimentel.

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Adriano Miranda

O conselho directivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) demitiu esta sexta-feira o responsável pela Direcção Regional do Norte do organismo, o anestesista Ricardo Duarte, que vai ser substituído transitoriamente pela médica que lidera a delegação do Centro, Regina Pimentel, adiantou o presidente do INEM.

Luís Meira confirmou ao PÚBLICO que “a perda de confiança” em Ricardo Duarte foi uma das razões que estiveram na base do afastamento do médico, mas sublinhou que "não foi a única". Escusou-se, porém, a adiantar mais detalhes, afirmando apenas que se tratou de “uma medida de gestão” e que “o conselho directivo entendeu que era necessário fazer uma mudança”. 

Segundo o Expresso, que deu a notícia, o conselho directivo do INEM ficou melindrado com uma nota informal assinada pelo médico sobre a formação de profissionais no instituto. Ricardo Duarte terá divulgado que ia começar uma nova formação prática de técnicos de emergência pré-hospitalar, lamentando que os responsáveis nacionais do instituto não tivessem sido formal e atempadamente informados.

Ricardo Duarte, que há dois anos ficou conhecido depois de ter escrito uma carta aberta que se tornou viral (nessa altura trabalhava no Hospital do Funchal), estava no INEM desde o início do ano e deixa formalmente de ser responsável pela Direcção Regional do Norte do instituto a partir de segunda-feira. 

O afastamento do médico não surpreendeu Eva Cristina, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas do Norte, que no passado dia 7 esteve reunida com Ricardo Duarte e com outros responsáveis para debater questões laborais. "Ele assumiu que há trabalhadores do INEM a trabalhar em condições indignas e é natural que o conselho directivo não goste de pessoas que dizem a verdade", comenta a dirigente sindical. 

Nos últimos meses, têm sido denunciados vários problemas e falhas no funcionamento da rede de emergência pré-hospitalar, sobretudo por falta de recursos humanos.

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar convocou uma greve ao trabalho suplementar a partir do início deste mês, alegando que estes trabalhadores estão cansados de ver "constantemente desrespeitados os seus direitos". Pelas contas do sindicato, é "urgente a contratação de 450 técnicos de emergência pré-hospitalar". 

No comunicado então divulgado, o sindicato sublinhava que "a sobrecarga de trabalho suplementar" que estes técnicos "sofrem actualmente traduz-se numa diminuição dos dias de descanso, aumentando o desgaste físico e psicológico" e "potenciando um risco acrescido no desempenho das suas funções".

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