Governo autoriza obras de emergência em escolas cujo mau estado compromete aulas

Executivo vai delegar competências nas câmaras de Torres Vedras, Mafra, Amadora, Porto de Mós, Cinfães e Gouveia. As obras terão um investimento total de 5,9 milhões de euros, três milhões dos quais se destinam à requalificação da escola EB2,3 da Freiria, em Torres Vedras, cujos alunos fizeram greve em Maio.

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Alguns dos edifícios possuem telhados em amianto, instalações e mobiliário degradados Enric vives-rubio

O Governo autorizou parcerias com seis municípios para obras de emergência em escolas de segundo e terceiro ciclos cujo mau estado de conservação põe em causa as actividades lectivas, segundo um despacho publicado nesta terça-feira em Diário da República (DR).

"Através da cooperação técnica e financeira entre o Ministério da Educação e os municípios foi possível acordar a execução de intervenções pontuais e de emergência para beneficiação de escolas cujo estado de conservação punha em causa o normal desenvolvimento das actividades lectivas", refere o despacho assinado pelos secretários de Estado do Orçamento, Autarquias Locais e da Educação.

Os acordos de delegação de competências vão ser celebrados com as câmaras de Torres Vedras, Mafra, Amadora (no distrito de Lisboa), Porto de Mós (Leiria), Cinfães (Viseu) e Gouveia (Guarda).

As obras previstas têm um investimento total no valor de 5,9 milhões de euros.

Três milhões de euros vão para a requalificação da escola EB2,3 da Freiria, em Torres Vedras, onde em Maio os alunos se manifestaram por duas vezes e estiverem em greve contra as más condições das instalações.

Numa portaria publicada também nesta terça-feira em DR, os Ministérios das Finanças e da Educação autorizam a Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares a proceder à repartição dos encargos da empreitada por 2018 (500 mil euros), 2019 (1,25 milhões de euros) e 2020 (1,25 milhões de euros).

Obras pedidas há 20 anos

Erguida há 40 anos a partir de pavilhões pré-fabricados provisórios e sem isolamento, a escola possui telhados em amianto, problemas de humidade e de infiltrações e instalações e mobiliário degradados, motivos pelos quais são pedidas obras há mais de 20 anos.

Em 2017, parte de um pavilhão foi encerrado na sequência do aparecimento de "fissuras" após o temporal Ana, tendo sido instalados contentores para colmatar as oito salas de aula fechadas.

A Câmara de Torres aprovou também nesta terça-feira o acordo a estabelecer nesse sentido com o Ministério da Educação, estando agora em condições de poder lançar concurso para as obras.

Telhados em amianto e instalações degradadas

A Escola EB2,3 António Bento Franco da Ericeira, em Mafra, vai contar com um investimento de três milhões de euros para obras de requalificação e de ampliação, com a criação de mais oito salas de aula. O município vai suportar um milhão de euros e receber mais dois milhões de euros do Governo, sendo 750 mil euros transferidos este ano e 1,25 milhões de euros em 2019, de acordo com a portaria de extensão de encargos dos ministérios das Finanças e Educação, publicada nesta terça-feira em DR.

O estabelecimento escolar possui telhados em amianto e instalações degradadas, condições "inaceitáveis" para a câmara, que quer acabar com a existência de escolas de "primeira e de segunda no concelho".

A Escola EB2,3 Cardoso Lopes, na Amadora, foi contemplada com 600 mil euros (300 mil em 2018 e 300 mil em 2019) para obras de conservação em equipamento destinado à prática desportiva, segundo a portaria de extensão de encargos publicada nesta terça-feira.

Nas três escolas, "considera-se necessário realizar obras de conservação, com carácter de urgência, de forma a garantir o normal funcionamento da escola em condições de operacionalidade, de segurança e de conforto para toda a população escolar", reconhece o Governo.

O Governo vai investir ainda 195 mil euros na EB General Serpa Pinto, em Cinfães, 60 mil euros na Escola Básica e Secundária de Mira de Aire, em Porto de Mós, e 40 mil para EB de Vila Nova de Tazém, em Gouveia.

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