Eles fizeram 2400 quilómetros de bicicleta pela selecção nacional

Miguel Silva e André Pestana percorreram 2400 quilómetros de bicicleta para conhecer e "inspirar" a selecção de futebol na Rússia

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André Pestana e Miguel Silva são madeirenses e vivem no Reino Unido Paulo Novais/Lusa

Dois madeirenses emigrados no Reino Unido percorreram 2400 quilómetros de bicicleta por caminhos sinuosos de Inglaterra até Kratovo, para cumprir o "sonho" de conhecer e "inspirar" a selecção de futebol que vai disputar o Mundial 2018.

"Somos um exemplo de superação, pois já conseguimos ultrapassar isto. Fizemos 2400 quilómetros, em média de 170 quilómetros por dia. Estou muito satisfeito. Já não consigo sentir as mãos e outras partes, mas valeu a pena", garantiu Miguel Silva, aliviado pelo fim da jornada, em declarações à agência Lusa.

O natural da Ribeira Brava, de 34 anos, conta como nasceu esta "aventura épica": "A ideia surgiu instantaneamente, a caminho do trabalho. Viemos até aqui como o slogan da selecção, para "conquistar o sonho". O objectivo era mesmo ver a selecção. Isso já é realização de um sonho". André Pestana, seu companheiro de desafio, de 25 anos, realçou o "gosto pela aventura, bem como pelo desporto, principalmente futebol e bicicletas" como condição prévia ao repto que abraçaram.

Tudo começou com travessia de barco até Dunquerque, França, país que já viu as bicicletas no asfalto rumo à Bélgica, seguindo-se pedaladas pela Holanda, Alemanha, Polónia, Lituânia, Letónia e Rússia. "O mais complicado? Talvez os percursos de terra. O GPS mandava-nos por caminhos de areia e terra e quase não conseguíamos pedalar. E passamos por lugares obscuros. Olhávamos para o lado a ver se éramos assaltados...", prosseguiu, com sorridente ar de alívio.

A dupla admitiu que no início do plano nem saber sabia bem "quantos quilómetros eram", pelo que após este esforço sobre-humano de 14 dias, "sem descanso", já nem querem ouvir falar das companheiras de viagem, de duas rodas. Estes lusitanos afiançam que "todos os jogadores são especiais", porém admitem que conhecer o conterrâneo Cristiano Ronaldo foi a "motivação principal". "É o mais completo e melhor jogador de sempre", justificam-se.

Aos que pensam aventurar-se por ideia semelhante, aconselham a que "treinem mais" do que eles fizeram. "Se formos à final, o mínimo que esperamos é um bilhete para o jogo", concluem, em divertida "pressão" ao elemento do staff da federação que acompanhava a entrevista. Portugal estreia-se na sexta-feira, 15 de Junho, em Sochi frente à Espanha, jogo que a dupla vai assistir, desta vez deslocando-se de avião, antes dos encontros com Marrocos em Moscovo a 20 de Junho e com o Irão de Carlos Queiroz a 25, em Saransk.

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