A cidade do rock também se quer mais inteligente

Quem quiser andar nas diversões do festival poderá reservar uma hora na app do festival, sem ter que esperar horas na fila. Gastos com energia e água, assim como indicadores da qualidade do ar, vão ser monitorizados em tempo real.

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Este ano, é possível fintar as filas para andar na roda gigante evr Enric Vives-Rubio

O Rock in Rio está aí a chegar e, este ano, bastará tirar o telemóvel do bolso, aceder à aplicação móvel oficial, escolher a hora (entre as disponíveis) em que quer andar na roda gigante ou no slide da cidade do rock e reservar. A app tratará de confirmar a hora prevista de entrada e gerará um QRCode que será o bilhete de acesso à diversão escolhida. Depois, é só aparecer, sem precisar de esperar horas numa fila para aproveitar as outras atracções do festival, além dos concertos, claro está. 

A oitava edição do Rock in Rio, que vai decorrer nos dias 23 e 24, 29 e 30 de Junho, quis digitalizar mais a cidade do rock. O desafio era pôr a tecnologia – e os dados – ao serviço da gestão dos consumos de energia e água, do controlo dos indicadores ambientais e, acima de tudo, facilitar a mobilidade e a diversão aos milhares de pessoas que vão passar pelo festival. 

A primeira novidade, e aquela que será mais visível para o público, é o Smart Check-in, que permite que as pessoas se inscrevam nas atracções do recinto – roda gigante e slide – de forma totalmente digital. Mas que só será possível a quem estiver próximo da diversão, evitando assim que quem esteja em casa reserve lugar na atracção para mais tarde ou para o dia seguinte.

“Queremos que [as pessoas] desfrutem de todas as diversões, além dos concertos”, disse Paula Carioca, administradora da Unidade de Negócios Empresariais da Vodafone Portugal, na apresentação destas novas funcionalidades que decorreu na tarde de terça-feira, no parque da Bela Vista, que acolhe o Rock in Rio. 

Este ano, a Vodafone, que é patrocinadora do festival, montou um "quartel-general", que é como quem diz um centro de comando operacional - um sistema que centraliza e integra todas as informações inteligentes. É dali, de um contentor com ecrãs cheios de gráficos e números, que será feita a gestão da energia e água, do ambiente e mobilidade das estruturas do recinto. 

A partir dali, será monitorizada, em tempo real, por exemplo, a quantidade de água que está a ser utilizada nas casas de banho, a energia que está a ser gasta no palco principal ou como estão os níveis de dióxido de carbono no ar. O objectivo? Evitar o desperdício, ser capaz de prevenir possíveis problemas, assim como corrigir falhas rapidamente, e proporcionar uma melhor experiência aos milhares de festivaleiros que por ali vão passar. 

O desafio foi perceber “o que é que a tecnologia pode entregar para oferecer uma utilização mais cómoda”, reconheceu a vice-presidente executiva do Rock in Rio, Roberta Medina, assumindo que os dados recolhidos durante estes quatro dias vão servir também para a definição de estratégias mais racionais para próximas edições do festival. 

Só no Palco Mundo, por exemplo, há vários geradores eléctricos que podem consumir mais de 3MW (MegaWatts), o equivalente ao gasto normal de mil Watts em três mil apartamentos, durante o período nocturno (20h – 22h), compara a organização. 

A supervisão dos consumos de energia foi já posta em prática em 2016 e, segundo avançou Paula Carioca, permitiu uma redução de 52 para 17 geradores eléctricos este ano, estimando-se assim uma diminuição de 20% no consumo de energia face à edição anterior.

A solução desenvolvida pela Vodafone, em parceria com a empresa ThinkDigital, de Aveiro, vai ainda gerir a rede de água que abastece os quatro hectares do Parque da Bela Vista, assegurando o controlo do fornecimento e prevenindo potenciais interrupções ou irregularidades na distribuição – permitindo actuar de forma rápida e eficaz sempre que os níveis se aproximem do limite mínimo recomendável.

Também a qualidade do ar vai ser controlada (concentração de CO2, gases, fumos e moléculas) em diferentes zonas do recinto. Com a instalação de um anemómetro, que controla a direcção e a velocidade do vento, a organização do festival quer também reforçar a segurança, por exemplo, de quem faz a manutenção do palco mundo que tem mais de 28 metros de altura. 

A caminho do festival, haverá ainda wi-fi gratuito nos autocarros que seguem para o recinto, assim como ecrãs com informações do programa e novidades da cidade do rock. 

A oitava edição portuguesa do festival arranca no dia 23 com concertos de Muse, Diogo Piçarra, Haim e Bastille. No dia seguinte, já esgotado, há concerto de Bruno Mars, Demi Lovato, Anitta e Agir. 

No sábado seguinte, dia 29, o Palco Mundo é ocupado por James, The Chemical Brothers e The Killers. Também os portugueses Xutos & Pontapés vão subir subir ao Palco Mundo, num concerto que revisitará os 40 anos da banda e terá um momento dedicado a Zé Pedro, o guitarrista e fundador da banda que morreu em Novembro de 2017, com 61 anos. No mesmo dia, actuam James, The Chemichal Brothers, The Killers, Capitão Fausto e Manel Cruz.

Katy Perry vai fechar o palco maior do Rock in Rio Lisboa a 30 de Junho, dia para o qual foram anunciados ainda Jessie J, Ivete Sangalo e Hailee Steinfeld.

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