Novo Banco passa de prejuízo a lucros entre Janeiro e Março

Banco comprado pelos norte-americanos da Lone Star fechou o primeiro trimestre com um lucro de 60,9 milhões de euros.

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MIGUEL MANSO

O Novo Banco teve lucros de 60,9 milhões de euros no primeiro trimestre, o que compara com o prejuízo de 130,9 milhões de euros dos primeiros três meses de 2017, divulgou hoje a instituição à CMVM.

O grupo bancário liderado por António Ramalho diz que para este resultado contribuiu o “efeito positivo das actividades em descontinuação resultante, nomeadamente, a classificação da [seguradora] GNB Vida como actividade em descontinuação (mais 51,2 milhões de euros)”, mas que esse impacto positivo foi “compensado com uma variação negativa em reservas de igual valor”.

“Sem este último efeito, o Grupo Novo Banco teria apresentado um resultado positivo de 9,7 milhões de euros no trimestre”, lê-se na informação hoje divulgada através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A instituição destaca ainda que o resultado operacional (antes de imparidades e impostos) foi de 130,2 milhões de euros entre Janeiro e Março, “mais do dobro do valor registado no período homólogo do ano anterior”, o que justifica com “os resultados de mercado e outros resultados de exploração”.

O Novo Banco foi criado em Agosto de 2014 na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES), detido pelo Fundo de Resolução Bancário (entidade na esfera do Estado financiada pelas contribuições dos bancos).

Em Outubro de 2017, foi vendido ao fundo de investimento norte-americano Lone Star em 75%, ficando o Fundo de Resolução com os restantes 25%.

A Lone Star não pagou qualquer preço, tendo acordado injectar 1.000 milhões de euros no Novo Banco, o que já aconteceu.

Em 2017, o banco teve prejuízos recorde de 1.395,4 milhões de euros, num ano em que constituiu mais de 2.000 milhões de euros de imparidades (provisões para perdas potenciais).

Na sequência deste nível elevado de perdas, o Novo Banco activou o mecanismo de capital contingente (negociado com o Estado português aquando da venda), pedindo que o Fundo de Resolução o recapitalizasse, o que aconteceu em finais de maio num montante de 792 milhões de euros.

Para isso, uma vez que o Fundo de Resolução não tinha todo o dinheiro necessário, o Tesouro público emprestou 430 milhões de euros.

O Novo Banco referiu, ainda hoje no comunicado ao mercado que, no primeiro trimestre de 2018, “não se registaram factos ou transacções relevantes com impacto nos activos do Grupo, incluindo nos herdados e protegidos pelo Mecanismo de Capital Contingente, pelo que nenhum efeito excepcional afecta as contas deste trimestre”.

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