Do papel à cortiça, exportações para EUA cresceram 42% nos últimos cinco anos

Vendas para a maior economia mundial cresceram 10% nos últimos cinco anos. Número de exportadoras supera as três mil.

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As exportações de madeira e cortiça para os EUA totalizaram 183 milhões de euros em 2017 Nelson Garrido

Da economia paralela diz-se que é a segunda maior do mundo; a primeira, já sabemos, é a dos Estados Unidos. E Portugal, na posição de formiga, há muito tem no gigante norte-americano um destino importante para puxar pelo comércio nacional.

Tem estado numa relação favorável com os Estados Unidos: não só as vendas de produtos para o outro lado do Atlântico cresceram em média anualmente 9,7% nos últimos cinco anos (mesmo com uma queda nas vendas em 2016), como os pratos da balança comercial são positivos para o lado português, com as exportações a superarem as importações. Em 2017 as vendas ao exterior já estavam 42% acima do valor de 2013.

O número que empresas portuguesas que vendem para a maior economia global foi crescendo progressivamente e, segundo as contas da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), havia no ano passado 3220 empresas a fazê-lo. Há nomes conhecidos entre as dez maiores: do grupo de pasta e papel Navigator à Amorim & Irmãos (negócio de rolhas de cortiça), passando pela Ikea Industry Portugal (fábrica de móveis do grupo sueco em Paços de Ferreira), pela Petrogal ou pela Efacec Energia.

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Também tem sido um mercado de investimento de empresas portuguesas. Em 2015, mostra um documento da AICEP, o investimento directo de Portugal nos Estados Unidos foi de 937 milhões de dólares (cerca de 795 milhões de euros ao câmbio actual). Estão lá instaladas as tecnológicas Critical Software e Tekever, a EDP Renováveis, e há lá investimentos da Sovena, Vista Alegre, Brisa e dos produtores de vinho Esporão e Sogrape.

Em termos de relações comerciais, os Estados Unidos são o quinto maior comprador de produtos portugueses, destino de combustíveis, máquinas, produtos químicos e têxteis. Eram o sexto em 2014, mas a partir daí subiram a quinto importador e permaneceram nesse lugar até agora, incluindo nos primeiros três meses deste ano, mesmo que até Março se tenha registado uma quebra de 8% nas exportações.

Feitas as contas, Portugal exportou em bens para os Estados Unidos de 2845 milhões de euros e comprou aos Estados Unidos bens de 997 milhões, o que lhe permitiu um saldo positivo de 1848 milhões. A tendência é a mesma do lado das relações comerciais de serviços – o saldo também é positivo para Portugal, porque se vendem para os Estados Unidos 1845 milhões e se compraram 1078 milhões.

Olhando só para os bens, os números do INE mostram que depois de um crescimento em 2013, 2014 e 2015 as vendas caíram 4% em 2016, para voltarem a recuperar no ano seguinte, disparando 15%. Óleos de petróleo, medicamentos, pneumáticos, papel, cortiça, roupa de cama, têxteis de cozinha, vinhos e móveis estão na lista dos primeiros produtos comprados pelas empresas norte-americanas.

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