Polícia do Arizona agride homem desarmado
A violência terá sido motivada por uma troca de palavras entre o suspeito e os agentes. Há um vídeo (sem som) do momento das agressões, divulgado pela própria polícia.
Agentes da polícia de Mesa, no Arizona (EUA), agrediram violentamente um homem que não ofereceu resistência. A própria polícia divulgou, na terça-feira, o vídeo onde se observam vários agentes a esmurrar e pontapear o homem, identificado como Robert Johnson. Por causa desse vídeo e da censura ao comportamento das autoridades, o chefe da polícia de Mesa, Ramon Batista, já anunciou que vai emitir uma nova directiva, que visa proibir os murros na cara e cabeça de um suspeito “a menos que mostre agressão activa”.
O vídeo, divulgado pela polícia do Arizona, que tem cerca de um mês mas só agora foi divulgado, mostra o desenrolar dos acontecimentos, a partir do momento em que vários agentes começam a sair de um elevador. Há uma troca de palavras que não é perceptível e, segundos depois, os agentes encostam Johnson a uma parede e imobilizam-no, com recurso a murros no rosto. Passados uns minutos, o homem está no chão. Robert Johnson não estava a ser investigado pelas autoridades. A polícia terá sido chamada ao local para resolver uma disputa doméstica.
Ramon Batista, chefe da polícia de Mesa, justificou a reacção das autoridades numa entrevista ao noticiário 12 News, da cadeia NBC: “As coisas que ele disse e o facto de se ter encostado a uma parede fizeram com que as autoridades pensassem que ele tinha de se sentar”. “Quando ele não se sentou, aplicaram força para que se sentasse” com murros e pontapés. “Vai haver uma directiva específica que impede arremessos à cara ou cabeça de um suspeito a menos que mostre agressão activa”, informou Batista, confrontado com as imagens.
Citado pela BBC, um amigo de Robert Johnson disse que não achou “justa” a actuação da polícia: “Ele contou-me que os polícias lhe bateram, sem perguntas”.
Num comunicado, publicado na terça-feira à noite pelo pastor Andre Miller e pelos advogados de defesa Benjamin Taylor e Joel Robbins em nome de Robert Johnson, condena-se a “cultura de violência do departamento policial de Mesa” e lamenta-se que o incidente tivesse passado despercebido se não fosse pelo vídeo, cita o Washington Post.
Na sequência destes acontecimentos, Robert Johnson foi acusado de conduta desordeira, mas o seu advogado pede que a polícia assuma a responsabilidade pelas agressões. Pelo menos quatro agentes foram afastados dos seus cargos.