Bruno de Carvalho encaminha Marta Soares para a Justiça: “Nós é que estamos a cumprir a democracia”

Presidente do Sporting anuncia reunião magna para dia 17 para aprovação de contas e discutir o clube.

Bruno de Carvalho descarta assembleia de destituição RTP

O presidente do Sporting anunciou nesta quarta-feira que não reconhece a assembleia geral para discutir a demissão da direcção do clube, marcada para dia 23. “Não vai haver assembleia geral. Aquela não vai haver”, afirmou. Bruno de Carvalho revelou que estão, no entanto, marcadas outras duas pela líder da Comissão Transitória da Mesa da Assembleia Geral, Elsa Judas: uma com vista a aprovar o orçamento e discutir o Sporting no dia 17 deste mês, e uma outra, a 21 de Julho, para eleger os órgãos sociais que estão demissionários — a Assembleia Geral e o Conselho Fiscal. O presidente dos "leões" falou ainda sobre a saída de Guilherme Pinheiro, que deixou esta quarta-feira o cargo de administrador da SAD, e de Jorge Jesus, que deixou o Sporting e assinou pelo Al-Hilal. 

“Está marcada para dia 17 uma Assembleia Geral obrigatória por causa do orçamento, em que um dos pontos será ouvir os sportinguistas. E depois uma AG eleitoral, a 21 de Julho, para eleger quem se foi embora [membros demissionários da AG e do Conselho Fiscal] e para os quais há comissões transitórias”, disse o presidente do Sporting.

Bruno de Carvalho afirmou, no entanto, que está disposto a avançar com uma assembleia geral para discutir a demissão da direcção se a Mesa da Assembleia Geral apresentar as assinaturas para a sua realização. “Está a subverter-se tudo. Nós é que estamos a cumprir a democracia, fomos legitimamente eleitos”, afirmou, aconselhando a Mesa da Assembleia Geral a “recorrer à justiça” para alcançar os seus objectivos.

O anúncio da marcação das Assembleias Gerais pela Comissão Transitória da Mesa da Assembleia Geral para dias 17 e 21 foi publicado em alguns órgãos de comunicação social.

Bruno de Carvalho teceu mesmo duras críticas a Jaime Marta Soares: "Quando ele ainda era presidente da MAG, quis marcar uma Assembleia que não previa assinatura nenhuma. Não podia. Quem pode marcar são os sócios. Apanhou-nos em Faro e vinha a reconhecer o quê? Depois de convocar uma queria outra? É um embuste. Os sportinguistas estão a sofrer um embuste.”

Bruno de Carvalho assegurou ainda que não apresentará a sua demissão: “Que eu saiba, ainda não apresentei a demissão. Nunca apresentarei." E assegura não ter medo de eleições: "Há três meses, deram-nos 90%. Porque não vai perguntar ao Pinto da Costa, ao Luís Filipe Vieira, ao António Costa e ao Marcelo Rebelo de Sousa se têm medo de eleições? Está a ver aqui um cão, não vejo um cão. Então não devo ter medo, de certeza absoluta."

As saídas de Guilherme Pinheiro e Jorge Jesus

A saída de Guilherme Pinheiro da SAD do Sporting, anunciada nesta quarta-feira, foi outro dos tópicos desta conferência de imprensa. Bruno de Carvalho desvaloriza a saída e afasta, de forma peremptória, a possibilidade de queda do Conselho Directivo devido a esta demissão: "O Guilherme Pinheiro era da SAD, não tinha nada a ver com quórum do Conselho Directivo. Tinha três pelouros - controller, Academia e negociações com o mercado", explica o presidente dos “leões”. Por essa razão, defende Bruno de Carvalho, não há perigo de queda da direcção: “Não cai absolutamente nada. O Conselho directivo continua intacto”. “Isto não põe em causa nada nem no Sporting nem na SAD. Nem ao nível do quórum, nem ao nível de trabalho. Zero.”

A saída de Jorge Jesus para o Al-Hilal, confirmada nesta terça-feira, também foi referida na conferência de imprensa. Quando questionado sobre o substituto do técnico, Bruno de Carvalho definiu sumariamente o perfil que procura: “é homem”. "Com Jorge Jesus, que faz anos no mesmo dia do meu pai, já combinei que, quando voltar a Portugal, vamos almoçar ao Ritz. Desejo a maior sorte ao Jorge Jesus para este seu novo desafio", afirmou, recusando, porém, dizer se desejava que Jesus continuasse em Alvalade. A única coisa que confirmou foi que “houve mútuo acordo” para a saída do treinador sem lugar ao pagamento de indemnizações.

Bruno de Carvalho admitiu também haver "um problema" com a emissão obrigacionista prevista pela SAD do clube, responsabilizando o presidente demissionário da Mesa da Assembleia Geral pela situação. "É lógico que temos um problema, as pessoas vão ser responsabilizadas por este problema, mas cá estaremos para o resolver", afirmou o presidente do clube, acrescentando que "a responsabilidade de esta operação estar parada deve-se a Jaime Marta Soares".

Fonte oficial da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) revelou nesta terça-feira ter pedido esclarecimentos à SAD do Sporting sobre a emissão obrigacionista de 15 milhões de euros prevista para este mês.

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