Quadro de Maria Helena Vieira da Silva vendido por 175 mil euros em leilão

Red Houses, da artista de origem portuguesa, tinha um valor estimado entre os 100 mil e os 150 mil euros.

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Red Houses SOTHEBY'S

O quadro Red Houses, da artista portuguesa Maria Helena Vieira da Silva, que foi nesta quarta-feira a leilão na Sotheby's, em Paris, foi arrematado por 175 mil euros, de acordo com a leiloeira.

A pintura, que apresentava um valor estimado entre os 100 mil e os 150 mil euros, é uma das têmperas sobre tela apresentadas por Vieira da Silva em 1963, nas galerias Jeanne-Bucher, em Paris, Knoedler, em Nova Iorque, e na Phillips Collection, em Washington.

Com 37 centímetros de largura por 54 centímetros de comprimento, este quadro foi originalmente vendido pela galeria nova-iorquina, e seguiu para a Galeria Albert Loeb, também representada na capital francesa, onde um colecionador de Milão o adquiriu, de acordo com a genealogia agora apresentada pela leiloeira, que não indica alguma exposição pública da obra nem a passagem por Portugal. O proprietário era um coleccionador privado suíço, segundo os mesmos dados, e tinha comprado o quadro em 1999, através da galeria Applicat-Prazan, na capital francesa.

Entre os 43 lotes do leilão de arte contemporânea desta quarta-feira, encontravam-se igualmente obras de Zao Wou-Ki, Kazuo Shiraga, Jean Dubuffet, Damien Hirst, Keith Haring, Roberto Matta, Tom Wesselmann e Manolo Valdés, com estimativas de venda que vão dos 150 mil aos 3,2 milhões de euros. Até agora, o preço mais alto atingido neste leilão foi o quadro Takao, de Kazuo Shiraga, por 8,731 milhões de euros, seguindo-se 21.03.69, de Zao Wou-Ki, por 4,102 milhões, e Portrait d'homme, de Jean Dubuffet, por 3,030 milhões de euros.

Esta quinta-feira, também vão a leilão, na Sotheby's de Paris, outros dois quadros da pintora de origem portuguesa, Fête e Intrusion, com valores estimados entre os 70 mil e os 300 mil euros.

Fête é um óleo sobre tela datado de 1965, com uma estimativa de venda entre os 200 mil e os 300 mil euros, detido por um coleccionador particular que o adquiriu à galeria Daniel Varenne, de Paris, por volta de 1974, segundo a leiloeira. O quadro, com uma dimensão de 65 centímetros por 81 centímetros, foi originalmente colocado pela pintora na galeria Knoedler, de Nova Iorque, em 1966. Fête é um dos quadros com a expectativa de venda mais alta deste segundo leilão - 300 mil euros -, a par de "Autumal Fire", de Mark Tobey, e de uma composição abstrata de Sergei Poliakoff.

Intrusion, uma pintura de têmpera em papel de 1971, também pertence a um coleccionador privado, que o adquiriu à galeria da artista, em Paris, a galeria Jeanne Bucher. Com uma dimensão de 92 centímetros por 63,5 centímetros, tem um valor estimado entre os 70 mil e os 100 mil euros.

Entre os 123 lotes do leilão de quinta-feira, encontram-se igualmente obras de Hans Hartung, Jean Dubuffet, Henri Michaux, Yves Klein e Bernard Schultze, com valores que partem dos mil euros.

No leilão de arte contemporânea de 6 de Dezembro de 2017, a Sotheby's Paris vendeu outro quadro de Maria Helena Vieira da Silva, Rue de la Glacière, um óleo sobre tela de 1955, por 309 mil euros.

No passado mês de Março, o óleo de Vieira da Silva L'Incendie atingiu o valor de 2,29 milhões de euros, num leilão da Christie's, em Londres. Trata-se de um dos quadros emblemáticos da artista, feito em 1944, durante o exílio no Brasil, que fez parte da colecção Jorge de Brito. A 28 de Maio, a Direcção-Geral do Património Cultural publicou em Diário da República um anúncio relativo à proposta de classificação de interesse público da pintura Les bicycletes ou Les Cycles, de Vieira da Silva, datada de 1951, na posse de um coleccionador privado.

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