Peça portuguesa no arranque do Festival de Avignon

Do Bosque para o Mundo, de Inês Barahona e Miguel Fragata, é uma das propostas deste que é um dos mais importantes festivais de teatro europeus. Peça destinada aos mais novos centra-se no drama dos refugiados, contando a história de dois irmãos afegãos: Farid e Reza.

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Em França Do Bosque para o Mundo será interpretada pelas actrizes Émilie Caen e Anne-Élodie Sorlin Agathe Poupeney

Do Bosque para o Mundo, peça de Inês Barahona e Miguel Fragata que tenta explicar aos mais novos o drama dos refugiados, será apresentada em Julho no arranque do Festival de Avignon, em França.

A 72.ª edição do Festival de Avignon decorrerá de 6 a 24 de Julho e do programa fará parte, no primeiro dia e com sessões ao longo do mês, esta peça para maiores de oito, numa tradução francesa e interpretada pelas actrizes Émilie Caen e Anne-Élodie Sorlin.

Estreada originalmente em 2016, no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, Do Bosque para o Mundo pôs em palco Anabela Almeida e Manuela Pedroso, narradoras de uma história sobre crianças refugiadas. Por entre malas de viagem de vários tamanhos e feitios e um gigante mapa da Europa, as personagens traçam a viagem dos irmãos Farid e Reza, duas crianças afegãs enviadas pela mãe para Inglaterra, e que acabam por se separar durante o percurso.

"Começámos à procura dos grandes temas informativos e a crise dos refugiados foi um deles. Começámos à procura de histórias que fossem contadas na primeira pessoa, de crianças refugiadas. E ficámos tão envolvidos pelo tema que achámos que era sobre isto mesmo que tínhamos de falar", contou Miguel Fragata à agência Lusa, quando a peça se estreou em 2016.

À Lusa, Inês Barahona explicou que a intenção da peça é falar sobre o drama de quem foge de cenários de conflito, dando espaço e confiando na "inteligência das crianças para que façam a sua leitura e a sua reflexão". E, quando isso acontece, garante a autora, as dúvidas naturais de cada um vêm ao de cima.

Depois de Lisboa, Do Bosque para o Mundo já foi apresentada noutras cidades portuguesas, como Torres Novas, Guimarães, Coimbra e Oeiras, e também já esteve em Paris, no Théâtre de la Ville. Em Outubro estará em Montemor-o-Novo e, no primeiro trimestre de 2019, viaja até à Bélgica para se apresentar no festival de Liège, regressando depois ao Théâtre de la Ville.

No Festival de Avignon, uma das mais importantes montras europeias das artes performativas, estará ainda o espectáculo Pur Présent, escrito e encenado por Olivier Py, numa co-produção com o Teatro Nacional D. Maria II, enquanto a autora Joana Craveiro, do Teatro do Vestido, participará no fórum de escrita para teatro.

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